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quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Um bom passeio pela história da colonização do estado.

Vale do Paraíba, museu da colonização paulista a céu aberto. Para esses dias de descanso
A história do Vale do Paraíba, região colonizada a partir do século XVI, pode ser conhecida por visitas às suas igrejas. Terra de Nossa Senhora Aparecida, de Frei Galvão e de centenas de "santos" populares, a cultura do Vale do Paraíba ainda está viva. Na música, embora tenha o cantor e compositor Zé Mira nos deixado tempinho atrás, na religiosidade de seu povo, nas festas caipiras, no folclore, na culinária, nas suas romarias e cavalhadas.
Igrejas erguidas entre os séculos 17 e 20 constituem-se em acervo arquitetônico de inigualável beleza. Da simplicidade do rústico à sofisticação da riqueza nascida do ouro, do  do café e caca-de-açúcar, a região hospeda a memória da ascensão e da decadência de uma economia rural. A recomposição econômica veio mais recentemente com um período de industrialização e desenvolvimento tecnológico. Tudo, numa mistura de passado e futuro. Fazendas com suas sedes coloniais do século XVIII rivalizam-se com centros universitários e de pesquisas, quase tudo voltado à inovação. Faz gosto.
Corremos o risco de perdermos, nos bastidores das cenas e das paisagens renovadas do Vale, a história construída por meio da fé, que deu origem aos povoados, ao comércio, à economia, às rotas e às cidades. Corremos o risco de ver perdida a importância estratégica do rio Paraíba na história de nosso estado. Taubaté é uma espécie de centro histórico do Vale do Paraíba. Acho que uma visitação ao Vale começa pelo local onde hoje é o centro da cidade. O bandeirante Jacques Félix, - enviado pelo Capitão-Mor João de Moura Fogaça, em 1636, construiu aí a igreja de São Francisco das Chagas, hoje chamada de igreja Matriz, ostentando uma riqueza cultural de quatro séculos . Nesses 373 anos, a igreja foi reformada várias vezes, mas não perdeu todo o traçado original. O altar mantém o estilo colonial. A Matriz de São Francisco das Chagas e o Museu de Arte Sacra de Taubaté ainda possuem imagens do início da colonização.
Os desbravadores que chegaram com Jacques Félix formaram um caminho, ao longo do Rio Paraíba, cruzaram a Serra do Embaú (hoje Minas), encontraram ouro e formaram todas as cidades do Vale do Paraíba e algumas outras de Minas Gerais. Merecem ser visitadas as igrejas construídas em Cunha, na Serra da Bocaina. Aliás, a Serra da Bocaina merece ser visitada inteira. O Morro dos Macacos, perto de Silveiras, guarda as melhores cachoeiras e recebe os ventos mais forte vindos do mar. Na praça central de Cunha há uma igreja ao lado da outra. Nos anos de 1.700, o hábito era construir uma igreja para brancos e outra para escravos. No litoral norte, a igreja do Convento de Nossa Senhora do Amparo, em São Sebastião, é uma das poucas que não foram alteradas. Em Pindamonhangaba, a matriz foi construída no século XVIII. O interior é ornamentado por vários altares e uma pia batismal.A Basílica do Senhor Bom Jesus, em Tremembé, é uma das maiores igrejas pitoresca da região e também uma das mais antigas. A praça central da cidade, onde está a igreja, era parada obrigatória, no século XVII, de tropeiros que tinham como destino Minas Gerais. Daí surgiu a necessidade de construir uma capela. Na época, foi chamada de Nossa Senhora da Conceição. Em 1673 recebeu a imagem do Senhor Bom Jesus, que se tornou padroeiro da cidade. Construída a partir de 1660, em estilo neoclássico, tem uma decoração barroca. Atrás da igreja está a Bica da Água Santa. Segunda a lenda, um homem montou uma barraca ali e desapareceu. No mesmo local foi deixada uma imagem de Bom Jesus. Quando os moradores retiraram a imagem do chão, apareceu a bica. Mistério popular que não poderia se perder no tempo.
Uma dica final para quem gosta de trilhas ou de caminhadas em grupo. Em Cunha, se a estrada de terra permitir, tente alcançar o litoral em meio à mata atlântica. A flora e a fauna são apaixonantes.

Cultura

Conheça esse portal sobre cultura
Como sempre, é um consumidor de tempo, mas é muito bom para pesquisarmos sobre o tema.
Recomendo.
http://www.portaldoartista.com.br

Entendendo a física, sem ser físico

A MATÉRIA: UMA AVENTURA DO ESPÍRITO

LUIS CARLOS DE MENEZES

Editora: editora livraria da fisica
O livro apresenta uma visão conceitual mais aprofundada de toda teoria, fazendo um passeio pela Física, indo da Mecânica até a Cosmologia e Evolução.
As ciências podem ser apreciadas, como as artes. Para quem aprende a relacionar simetrias com leis de conservação, irreversibilidade do tempo com rendimento de máquinas, ou brilho de estrelas com fusões nucleares, o prazer no conhecimento é tão grande quanto seu sentido prático ou filosófico. Este livro apresenta esses e outros aspectos das ciências, das aplicações tecnológicas à cosmologia, mostrando a física como um grande jogo de encontrar invariantes em processos de transformação, e de unificar explicações, abrangendo o maior número de fenômenos com um mínimo de leis.
RECOMENDO fortemente

Internet e direito à intimidasde

Invasão ou evasão?
O Google Street View, produto derivado da Google Maps, possibilita ao usuário observar ruas do mundo todo pela Internet. Na França sofre acusação de invadir a privacidade das pessoas. O deputado francês Jean Christophe Lagarde, inconformado com a exposição das imagens das pessoas aos internautas de todo o mundo, propôs lei que proíbe esse tipo de serviço. Deu como exemplo, dois ciclistas nus do centro naturista Port Lecaute, no sul da França, flagrados quando observavam a paisagem. Em outra situação, habitantes da periferia de Toulouse, no sul da França, solicitaram à Comissão Nacional de Informática e Liberdade a destruição das imagens feitas pelas equipes Google, no bairro.
Complicado. Há câmaras por todos os lados. Nas ruas, nos estabelecimentos comerciais, nas indústrias, nos prédios residenciais, nas empresas. A segurança pública e privada seriam os motivos de tamanha "espionagem". Há ainda os trabalhos de entender pessoas por meio da observação de seus hábitos. Acompanham-se os ganhos e os gastos de cada cidadão. Seus hobbies, suas preferências, suas opiniões e valores. Seus comportamentos futuros passam a ser, então, inferidos ou deduzidos. Tudo isso vai para um data base marketing e depois é transformado em estratégias one to one. Agora, é a própria imagem e os flagrantes da vida pessoal sendo devasados.
Vai ser difícil legislar sobre isso, entretanto, como cidadãos, todos reconhecemos a necessidade do estabelecimento de certos limites. O problema é determinar que limites são esses onde a observação não se transforme em "espionagem". Invadida a intimidade está sendo. Isso provoca a evasão da privacidade em direção à publicidade.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Concluindo sobre estatais

Nada de novo. Está certíssimo.
Os reultados da enquete apontam para a concordância de que estatais possam disputar mercados internacionais. Claro, não querem que nossos contribuintes assumam esses riscos e, portanto, a operação deveria ser, pelo menos inicialmente, muito conservadora. Não é esseo caso das estatais francesas e alemãs? O governo francês, por exemplo, tem participação acionária em empresas como Areva, Alston, SNCF, etc.
A Sabesp acaba de vencer licitação internacional e vai prestar serviços no Panamá. O contrato de três anos, a ser assinado com a estatal panamenha Idaan, totaliza 8,8 milhões de dólares, e só foi possível graças à Lei 12.292/06, que baseou-se em proposta do deputado Rodolfo Costa e Silva. Segundo o deputado, um ex-funcionário da Sabesp, “essa lei abriu um campo enorme para a Sabesp explorar novos mercados. É um grande orgulho valorizar o profissional brasileiro e ver a Sabesp competir com empresas internacionais”.
O caminho da Embraer foi muito parecido. É verdade que o contribuinte nacional pagou a conta por um bom tempo. Na ocasião, falava-se em "segurança e desenvolvimento". Foi uma opção nacional e hoje nos orgulhamos disso. E a Petrobras, foi muito diferente? Talvêz não. O orgulho nacional também não se arrefeceu. Ao contrário, o pre sal confirma o acerto da decisão. Só não vou ressucitar a Paulipetro. Aqui, tudo deu errado.
No início do ano, a Sabesp começou a atuar na Costa Rica. Vai atuar em cooperação com o Instituto Costarricense de Acuedutos y Alcantarillados (AYA). O acordo assinado tem vigência de cinco anos e dará início a um relacionamento entre as empresas nas áreas comercial, jurídica e administrativa, bem como a intercâmbio de modelos de gestão.
Confio na Sabesp, gosto desse modo de entrada no exterior. Acho que vamos evoluindo muito a gestão de nossas estatais. Espero que seja cada vez menos dependente do público. Como todos os que votaram, aguardo com confiança e otimismo. Eventuais perdas poderão surgir, mas a soma dos ganhos há de superar, em muito, o volume quaisquer perdas.

Há respaldo jurídico

A pergunta era se havia conveniência.
Amparo legal já existe.
Desde março de 2006, a Sabesp pode atuar em todo território nacional e no exterior, diretamente, por participação em empresas públicas ou privadas, convênios, consórcios nacionais ou internacionais ou por meio da constituição de subsidiárias. A Lei 12.292/2006 inclui na lei 119 de 29 de junho de 1973, no artigo 1°, os parágrafos 5°, 7° e 8°
Artigo 1° - Fica o poder executivo autorizado a constituir uma sociedade por ações, sob a denominação de Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo - SABESP, com o objetivo de planejar, executar e operar os serviços públicos de saneamento básico em todo o Estado de São Paulo, respeitada a autonomia dos Municípios.
§ 5° - Asseguradas, em caráter prioritário, as condições de correta e adequada operação e eficiente administração dos serviços de atendimento sanitário no Estado de São Paulo, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo - SABESP poderá prestar, no Brasil e no exterior, os serviços previstos no "caput" deste artigo. (Aqui, quero observar que caráter prioritário é diferente de interesse público indisponível).
§ 7° - A Companhia de Saneamento Básico do Estado de são Paulo - SABESP poderá participar, desde que autorizado pelo executivo, de empresas públicas ou de sociedades de economia mista nacionais, beneficiando-se dos incentivos fiscais, conforme legislação aplicável, e participar de convênios ou consórcios nacionais ou internacionais. (Benefícios fiscais são renúncias do estado, com dinheiro do cidadão paulista).
§ 8° - A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo - SABESP poderá, mediante autorização legislativa, para cada caso, constituir subsidiária, beneficiando-se dos incentivos fiscais, conforme a legislação aplicável, ou, sob a mesma condição e fora do âmbito do Estado, coligar-se ou participar de qualquer empresa privada ligada ao setor de saneamento básico.O Estatuto Social aprovado em 19 de junho de 2006 já abrange as oportunidades para os negócios e mercados da Sabesp:
Parágrafo 1º - A Companhia poderá prestar, no Brasil e no exterior, os serviços previstos no "caput" deste artigo, bem como serviços correlatos com seu objeto social, podendo ainda participar, desde que autorizada pelo Executivo, de empresas públicas ou de sociedades de economia mista nacionais, beneficiando-se dos incentivos fiscais, conforme legislação aplicável e participar de convênios ou consórcios nacionais ou internacionais. (Isto está para muito além de serviços de consultoria)
Parágrafo 2º - A Companhia poderá, mediante autorização legislativa, para cada caso, constituir subsidiária, beneficiando-se dos incentivos fiscais, conforme a legislação aplicável, ou sob a mesma condição e fora do âmbito do Estado, coligar-se ou participar de qualquer empresa privada ligada ao setor de saneamento básico. (Isso envolve recurso financeriros do cidadão paulista)
Artigo 3º - A companhia tem sua sede e foro na capital do Estado de São Paulo, podendo instalar, manter ou extinguir filiais, sucursais, agências ou escritórios em qualquer ponto do território nacional e do exterior, por deliberação do Conselho de Administração.
Os produtos e serviços da Sabesp podem ser oferecidos por meio de:
• Concessão dos sistemas de água e esgoto (total ou parcial);
• Participação Societária
• Gestão Empresarial por meio de contrato de gestão
• Gestão Comercial
• Gestão Operacional
• Gestão Técnica
• Transferência de Tecnologia
• Building Operation Transfer (BOT)
• Parceria Público - Privada (PPP)
• Consultorias
• Novos negócios e soluções inovadoras, conforme necessidades.
Tudo muito abrangente, sem dúvida, abrindo possibilidade de uma atuação bastante agressiva no exterior. Lembra-me a trading da Petrobrás, de triste fim.
E se uma dessas operações causarem algum prejuízo? O rombo será coberto por novas altas nas tarifas cobradas ao cidadão paulista. Bem, isso nega o princípio da modicidade das tarifas e prioriza o interesse de terceiros em relação aos interesses públicos indisponíveis do cidadão paulista. É possível ter prejuízos no exterior? Pergunte ao Banco do Brasil, nas suas operaçõe de varejo em Portugal ou na sua investida no país do Sadan Hussein. Ele dirá que sim.


Ora pública, ora privada. Isso não existe

Sabesp pagará por saneamento básico
em rodovia
Por envolver duas concessionárias de serviços públicos, a 1ª Seção do Superior Tribunal de Justiça entendeu que a Sabesp deve pagar pela instalação de tubulação de saneamento nas faixas laterais de domínio público da rodovia Imigrantes, explorada pela concessionária Ecovias.
A Sabesp argumentou que por ser uma empresa estatal cuja atividade básica é planejar, executar e operar os serviços públicos de saneamento básico em todo o território do estado, ela não pode remunerar o uso do bem público sob pena de confusão obrigacional. Também alegou que não existe legislação autorizando a cobrança de remuneração, que não explora atividade econômica e que há interesse público indisponível envolvido na demanda.
Empresa estatal, cuja atividade relaciona-se com interesse público inidisponível.
Agora sim, a Sabesp diz a que veio. Gosto dessa empresa e não identifico razão para não desenvolver atividade no exterior.

Alta do petróleo. Alta do dólar.

É o começo da recuperação da moeda americana?
Os preços do petróleo no mercado internacional registraram uma nova alta. Simultaneamente, o dólar apresentou valorização em relação ao euro e outras moedas fortes, inclusive ao real. Analistas atribuem a alta do petróleo à alta do dólar. Desculpem minha insistência, mas é o petróleo em alta que puxa o dólar para cima. Quem, então, faz o petróleo subir? O aumento da demanda desse commodity, provocado pela recuperação mundial mais rápida do que se supunha, pelos baixos níveis de estoques mundiais e pelo inverno no hemisfério norte.
A maior demanda do petróleo aumenta a demanda por dólar, porque o commodity é negociado em moeda americana.
O preço do barril de petróleo do tipo WTI, com vencimento em fevereiro, subiu US$ 0,12 cotado a US$ 78,89 na Bolsa de Mercadorias de Nova York. E o barril do tipo Brent, com vencimento em fevereiro, avançou 0,4%, negociado a US$ 77,62 no ICE Exchange de Londres.
Se estiver certo, a lógica da recuperação econômica vai mudar. O crescimento mundial voltaria a beneficiar os países ricos e produtores de petróleo, prejudicando pobres e emergentes, que não sejam auto suficientes. Nessa hipótese, o Brasil, com seu pré sal, estaria outra vez lançado ao crescimento. A Rússia também. Tudo a conferir.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

China, maior exportador mundial

China chegará a 9% do comércio mundial.
Alemanha cai para a segunda posição. China assume a liderança.
Yuan desvalorizado e preços muito baixos podem explicar parte dessa lidrança no cenário internacional. Também há que se considerar o total das empresas alemãs produzindo e exportando a partir da China.  A primeira posição pode ser explicada também pela redução das exportações alemãs, decorrente do impacto da crise financeira mundial sobre seus principais mercados.
Não importa tanto as razões desse sucesso. O maior impacto dessa nova realidade, será a substituição, em pelo menos parte dessas operações, do dólar pelo Yuan. Para pensar.

Políticas públicas podem ajudar a universalizar banda larga

Pesquisa do Ipea mostra preço
como principal obstáculo
Os preços dos pacotes de banda larga ainda são muito altos e comprometem a universalização do serviço, no País, segundo apontam os resultados da pesquisa do Ipea. O preço médio do pacote de banda larga no Brasil é de R$ 161,87.
54% das pessoas dos excluídos da internet em suas casas (os sem internet em seus lares) atribuem essa exclusão ao preço elevado do serviço. O indicador mais contundente da exclusão é o da densidade: ocorrência de apenas 5,3 acessos para cada 100 habitantes.
O estudo simula resultados a partir de três cenários com diferentes preços mensais médios e mínimos, para o serviço de banda larga. Com o preço mínimo seria de R$ 35 e o médio, R$ 66,50, a densidade de acessos aumenta para 18,4 para cada 100 habitantes. O percentual de domicílios com Internet no Brasil, nesse caso, subiria consideravelmente: de 17,6% para 61,2%; a população atendida aumentaria de 33,4 milhões para 115,6 milhões. No segundo cenário, considerados o preço mínimo mensal de R$ 25 e um preço médio de R$ 47,50 a densidade chegaria 21 acessos para cada 100 habitantes e a Internet ficaria presente em 69,8% dos domicílios Isso estaria a significar que a internet chegaria a 132,1 milhões de brasileiros. Porém, haveria uma redução da receita bruta anual com banda larga das operadoras em relação ao cenário 1, caindo para R$ 22,9 bilhões.
No último cenário, o Ipea fixou o preço mínimo de R$ 15 e o preço médio de R$ 28,50. A densidade de acessos seria de 23,7 para cada 100 habitantes; 78,5% dos domicílios teriam acesso e 148,5 milhões de brasileiros estariam atendidos com Internet em suas casas.
Resta saber como baixar esses preços. Dada a importância social dessa conquista e suas repercussões no plano econômico, cultural e educacional, cabe ao governo o estabelecimento de mecanismos indutores da universalização. Certamente, subsidiar não é o caminho. Talvez, deslocar recursos da economia gerada pela universalização, condicionando-os a resultados alcançados, possa fornecer os parâmetros para formulação dessa política.

domingo, 27 de dezembro de 2009

Um comentário inteligente

Meu caro Btarifa,
Foi entusiasmante ler seu comentário. Compartilho da sua posição. Acho que as concessionárias, públicas e privadas, devem se internacionalizar. Mostrarei, em postagens sucessivas, minha posição, tentando fundamentá-la. Em relação às afirmações de seu comentário, gostaria de encaminhar uma primeira abordagem com base em alguns fatos:
1) A Criação: Através do Decreto no 1.686, de 7 de junho de 1973, o governador do estado de São Paulo, Laudo Natel, instituiu uma comissão para promover estudos e propor medidas referentes à unificação das entidades de saneamento básico estaduais. A comissão formulou os estudos necessários, resultando no relatório que deu origem ao Projeto de Lei nº 133 de 1973. Este projeto foi aprovado pela Assembléia Legislativa, originando a Lei no 119, de 29 de junho de 1973, autorizando a constituição de uma sociedade de ações denominada Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo-Sabesp.
2) Objetivos da Sabesp: planejar, executar e operar serviços de saneamento básico em todo o território do Estado de São Paulo, respeitada a autonomia dos municípios. Não se previa, portanto, operações no exterior.
3) Origem do Capital: A Empresa resultou da fusão da Comasp e Sanesp, da absorção da totalidade do patrimônio da Saec – Superintendência de Águas e Esgotos da Capital e de parte dos patrimônios do Fesb, em 1975, da SBS - Saneamento da Baixada Santista e da Sanevale - Saneamento do Vale do Ribeira. A Sabesp é, portanto, empresa de natureza pública controlada pelo governo estadual. Como se vê, todo o patrimônio que dá origem à empresa é publico. A forma jurídica adotada em sua criação, naqueles idos de 1973, é de sociedade de participação acionária entre o Governo do Estado de São Paulo e acionistas privados. Tornou-se responsável pelos serviços de saneamento básico que consistem na captação, tratamento e distribuição de água, coleta e tratamento de esgotos.
4) Vale lembrar: No governo seguinte, quando o governador era Paulo Egidio Martins, a cidade ficou ameaçada pelos níveis atingidos nos seus reservatórios. Em passado recente, chegamos a ter racionamentos. Portanto, nem tudo são flores. Ora falta, ora sobra. Não parece muito eficiente.
5) Gestão da Sabesp: O presidente e os diretores da Sabesp são profissionais indicados pelo Governador do Estado de São Paulo e pela Secretaria Estadual de Energia, Recursos Hídricos e Saneamento e validados em Assembleia Geral Extraordinária pelo Conselho de Administração, que representa todos os acionistas, inclusive os minoritários, dentro dos critérios de transparência exigidos pelo "Novo Mercado". Esse Conselho é majoritariamente formado por representantes de secretarias estaduais.
6) Receita da Sabesp: Empresa concessionária, de natureza pública, estatal pertencente ao Governo Paulista, com diretoria nomeada pelo governador do Estado, a Sabesp vive das tarifas que fixa aos contribuintes do Estado. Agora, dizer que não há dinheiro público nessa parada é um contra senso. Veja a reportagem seguinte. Observe o parágrafo grifado. O grife é meu.
São Paulo terá menos verbas do PAC
Valor Econômico - 19/12/2007
Samantha Maia
"O Estado de São Paulo receberá R$ 570 milhões de recursos do Orçamento Geral da União para obras de habitação e saneamento a partir de 2008. Os projetos fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e contarão, além desses recursos repassados pela União, com R$ 1,3 bilhão entre financiamentos e aporte do Estado. "Tínhamos expectativa de emplacar 60 projetos de início, mas as negociações baixaram esse número para 16", diz Lair Krähenbühl, secretário paulista de Habitação, referindo-se ao começo das conversas com o governo federal em abril.
Na área de saneamento, o projeto escolhido foi o de recuperação das represas Billings e Guarapiranga, na região metropolitana de São Paulo. Ele receberá ao todo R$ 1,06 bilhão - R$ 250 milhões de repasse do governo federal e R$ 806 milhões entre aporte do Estado e financiamento da Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp).A empresa estadual deverá investir ao menos R$ 350 milhões, segundo informações da secretaria da Habitação."
Patrimônio público, empréstimos públicos , com aval do Governo do Estado, injeção de recursos do Estado de São Paulo e não há dinheiro do governo?
Gostei de seu comentário, insisto em dizer. O que gostei mais foi sua frase em que você não vê aspectos negativos em ganhar dinheiro lá fora. Concordo com você. Só quis fazer essas observações. Voltarei ao tema e gostaria de ouví-lo outra vez sobre ele.
Abraço forte
Celso

Carreiras e ensino continuado

Para subir na empresa
De tudo que se lê sobre ascenssão profissional, dois pontos têm si apontados como indispensáveis. Primeiro, um bom Curso de Pós-Graduação, feito na área funcional que se deseja progredir. Nesse caso, é importante que o curso seja feito em organização reconhecida internacionalmente e com um módulo internacional de, no mínimo, 80 horas de aulas, cursadas no exterior. Além disso, o curso deve oferecer visitas técnicas a empresas e às instituições internacionais de sua área de especialização. Isso, por si só, atestará sua proficiência em línguas e uma experiência bem sucedida no exterior. Escolas de negócios, sem marca conhecida no exterior, fará de você um anônimo em termos de estudos avançados. O ideal é que seu curso, no Brasil, seja reconhecido no exterior, porque nesse caso, você recebe um diploma expedido pela própria escola ou pelo Ministério da Educação Nacional. Não se trata de um pós-graduação ou MBA meramente local e, naturalmente, garantirá a você uma agregação de pessoas, de várias nacionalidades, além da brasileira, a sua rede de contatos.
O outro ponto muito valorizado no momento de sua promoção está associado mais às atitudes gerenciais, do que aos aspectos cognitivos de sua formação. Sua competência em gerir pessoas, seu entendimento sobre os impactos financeiros causados por suas estratégias sobre a empresa e, finalmente, sua compreensão sobre os temas relevantes da atualidade. Os fenômenos mais abrangentes como, por exemplo, mudanças climáticas, geo-estratégias, globalização, áreas de integração, organismos internacionais, evolução do regramento do comércio mundial, etc., não podem ser desconhecidos por nenhum gestor, a partir do estágio intermediário da carreira. Por isso, trabalhar temas como multi-culturalidade, tolerância, diversidade, entre outros, devem fazer parte de suas atitudes gerenciais. Mas, além disso, permita-me deixar uma contribuição pessoal: problemas existem e, só por isso, nós existimos. Somos resolvedores de probelmas, não produzimos desculpas nem buscamos por culpados. Removemos causas e nosso objetivo é fazer com que cada boa idéia encontre condições de prosperar. Você vai progredir.

sábado, 26 de dezembro de 2009

Interiorização da economia

Valorização das economias regionais
Carta Capital/Economia 17/12/2009 - André Siqueira
"Nossa intenção é ocupar todos os estados do País e, se possível, estar presente em todos os municípios”, declarou o presidente do Conselho de Administração do Grupo Pão de Açúcar, Abilio Diniz, ao anunciar a fusão com as Casas Bahia, na sexta-feira 4. A operação vai resultar na criação de uma cadeia de 1.050 lojas, presente em dezoito estados. Mesmo assim, a frase do empresário deixa claro que não há intenção de parar de inaugurar, ou comprar, pontos de venda País afora. Diante de tanto ímpeto, cabe uma simples pergunta: para que crescer tanto?
Com a palavra o Bradesco, que tomou para si, na atual campanha publicitária, um mote adequado a quaisquer setores que lidem diretamente com o público: presença. O banco anunciou em novembro a abertura da última agência necessária para garantir cobertura plena do território nacional. Coincidência ou nem tanto, os resultados do Bradesco no terceiro trimestre deste ano o devolveram ao topo do ranking de rentabilidade no setor financeiro, segundo a consultoria Economática.
“Se nossa estratégia estivesse errada, não teríamos chegado aonde chegamos”, resume o diretor-executivo da instituição, Odair Rebelato. “Existe uma mobilidade social muito visível em curso no País. quem está no varejo tem de aproveitar o momento.”
A tendência é ressaltada pela consultoria Deloitte no recém-divulgado relatório O Varejo no Novo Cenário Econômico. “Ao lado dos movimentos de consolidação e estruturação internos, os supermercados buscam expandir suas bases de lojas e adquirir outras redes e novos formatos. Nos últimos anos, a expansão do consumo das classes de baixa renda, por meio do aumento da massa salarial ou dos programas federais de transferência de renda, vem impulsionando o crescimento do setor, principalmente das lojas de pequeno formato instaladas em bairros de grandes centros”, descreve o documento.
A busca de crescimento orgânico, ou seja, a abertura de pontos de venda em mercados não explorados pelos concorrentes diretos, pode ser uma estratégia dispendiosa, segundo Meirelles, do Data Popular. “É preciso dar mais autonomia aos gerentes de loja e investir pesado em ações de relacionamento com o público da região, acostumado a ver o comerciante local patrocinar quermesses e festas de bairro”, afirma.
Para o professor da Faculdade de Economia e Administração da USP e diretor do instituto de pesquisas Fractal, Celso Grisi, a tendência de interiorização da atividade econômica se desenhou há mais de uma década, com a ampliação da oferta de infraestrutura e serviços de tecnologia. “Sem estradas, telefonia, energia elétrica e, mais recentemente, o acesso à internet, essa expansão não seria possível”, lembra o professor. E ressalta que o Bradesco aposta na inclusão de clientes em regiões mais distantes por uma questão de “vocação”.
“Foi ideia do Amador Aguiar (fundador do Bradesco) criar as chamadas agências pioneiras, às quais muitas vezes só se chegava de barco”, lembra Grisi. A chegada dos bancos aos últimos rincões do País,- de acordo com o professor, permite que agora, diante de um cenário de melhora da distribuição de renda entre classes sociais e regiões geográficas, as empresas mais bem posicionadas colham os benefícios do ganho de escala – que não estão restritos à área de varejo. “Basta verificar a corrida das construtoras por lançamentos em cidades de médio porte”, diz.
Grisi também identifica oportunidades de interiorização da oferta de crédito por cooperativas e financeiras, que perderam espaço nas capitais. “Os pastinhas (vendedores independentes de produtos financeiros) ainda são figuras importantes em pequenas cidades, que começam a ser exploradas pelos bancos médios”, conta. O professor observa o crescimento, fora das capitais, de diversas atividades. Algumas mais recentes, como a distribuição de medicamentos genéricos, impulsionada por programas públicos, como as farmácias populares. Outro caso é o das revendas de automóveis, que há cerca de dois anos se retraíam e agora voltam a abrir unidades no interior. “A diferença é que agora o movimento é sem volta. Todas as previsões apontam para o crescimento do País e não há como deter o processo de redistribuição da renda”, conclui.

Sistema bancário mundial, sem riscos

Bodes, milhos e paióis
Sobre regulamentação bancária, o mundo aprendeu uma dura lição: não se pode pedir que o bode tome conta do milho. Quem, então, deve assumir o paiol?Várias alternativas estão sendo estudadas, em todo o mundo. A Comissão Européia, órgão executivo da UE, já colocou na mesa sua proposta. Alguns acadêmicos e uns tantos executivos de Bancos Centrais também já trouxeram suas proposições. Os políticos estão alvoroçados. E não é à-toa que estejam. Os estados nacionais, sob gestão desses homens, resgataram uma grande parte de seus papéis e funções, retomando, para eles, o poder perdido a favor das corporações durante todo o período de globalização econômica. A convicção é generalizada: não se pode acreditar em auto-regulamentação quando o assunto é bancos. Pior, não se pode deixar que os bancos quebrem, como se faz com  empresas de outros setores. Eles arrastariam toda a economia de roldão. Cunhou-se, então, mais uma expressão popular de grande sabedoria:"bancos grandes são inquebráveis".
As propostas de mudança na regulamentação do mercado financeiro apresentam já alguns consensos que devem nortear os esforços de estabilidade do sistema bancário internacional. O mais óbvio é a redução da alavancagem das instituições consideradas “inquebráveis”. Medida saudável, sem dúvida, lembrando, entretanto, que essa decisão reduz a rentabilidade do negócio financeiro. Outro consenso, inegavelmente necessário, é o da redução da exposição dos bancos a riscos sistêmicos. Para ter eficácia essas medidas naturalmente pressupõem a criação de instrumentos de supervisão, no âmbito dos governos nacionais ou das instituições supranacionais, bastante eficientes. Isso passa pela formulação de um novo marco regulatório para o exercício dessa atividade. Passa também por uma normatização contábil, capaz garantir demonstrativos financeiros fiéis e transparentes. Coisa um pouco acadêmica para o pragmatismo dos banqueiros mundiais.
Capítulo importante, mas para o qual as propostas ainda não conseguiram contemplar suficientemente, é o dos riscos de operações com securitização de dívidas de estados ou de grandes grupos. As operações de derivativos devem inserir-se aí e serem objeto de especial atenção regulatória. Como? É o que, ainda, se discute.
Também têm trazido preocupações, as aquisições alvancadas nas operações de private equity e outras realizadas com os chamados hedge funds.
Maior segurança e maior liquidez marcam todas essas medidas desenhadas para o novo sistema financeiro mundial. Todas implicam redução dos lucros das instituições e restrições às formas societárias, com finalidades específicas nesse campo. Tudo a ser controlado por tecnocratas. Eles serão o dono do paiol?
Não acredito possível. Bônus e lucros transformaram-se vilões do capitalismo. Não haverá bodes e se não existir milho. O conteúdo das propostas são legítimos, mas irreais. Baixos lucros, bônus reduzidos, riscos eliminados.Curioso, e difícil de explicar para os banquieros, não lhe parece?

Entre o Natal e o Ano Novo

Três novos livros de pesquisadores da inovação
RECOMENDO: a escolher pela sua linha de interesse

Três novos livros foram produzidos e lançados pelos pesquisadores do Observatório da Inovação e Competitividade do Instituto Estudos Avançados da USP. Demétrio de Toledo é o autor de "Fiesp e Ciesp: as Redes Empresariais da Elite Industrial de São Paulo (1992-2004)". Evando Mirra, diretor da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e gerente de Tecnologia e Inovação da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), uma das instituições parceiras do IEA na criação do observatório, lançou "A Ciência que Sonha e o Verso que Investiga". Alexandre Abdal, atuante em pesquisas do observatório, é o autor de "São Paulo: Desenvolvimento e Espaço— A Formação da Macrometrópole Paulista". As três obras foram publicadas pela Editora Papagaio.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Dólar dribla no curto prazo. No longo, vale a estratégia do técnico

Primeiro, a notícia boa notícia.
Depois, a ruim

O índice que avalia os gastos dos consumidores norte-americanos, publicado ontém,  cresceu de 0,5% em novembro de 2009, quando comparado a igual período do mês de novembro. A renda dos consumidores cresceu 0,4% em novembro. Em outubro, a expansão havia sido de 0,3%. Já se pode pensar em consistência econômica e admitir essas altas como uma tendência.
As vendas de imóveis novos nos Estados Unidos cairam de forma decepcionante. Para analistas que vinham anunciando altas de mais de 2,0%, os dados demonstram queda de 11,3% em novembro deste ano, comparado com o mês anterior. Banho de água fria no mercado.
No Brasil, o baixo volume de negócios decorrente da aproximação do feriado de Natal, fêz a moeda norte-americana apresentar-se em queda de 1,40%, cotada a R$ 1,755 para compra e R$ 1,757 para venda. Drible, no curto prazo.
No longo, estamos insistindo em alguns riscos: dívidas de governos, dos bancos, de algumas empresas privadas e o instável equilíbrio do sistema financeiro do leste europeu. Soma-se a isso, uma eventual alta do petróleo. Os mercados de divisas podem sofrer forte reversão em 2010. Será necessário construir nossas estratégias de proteção. Convoque-se  o técnico.
No Brasil, nada acontece até o dia 26. Nos Estados Unidos, conheceremos o índice de Encomendas de Bens Duráveis referente a novembro e os Pedidos semanais de Auxílio-Desemprego. Devem vir reforçando as expectativas de crescimento.
Portanto, vamos às entradas da ceia, a partir de agora. Ceia à noite. Não esqueçam de por seus sapatos na janela. Falamos no dia 26. Bom Natal a todos.

Estoque em baixa, preço em alta

Acompanhando o petróleo
A alta foi superior a 2% no mercado internacional e reflete as sucessivas reduções nos níveis de estoques norte-americano. Vínhamos prevendo essa situação. Crescimento econômico e inverno somaram-se para aumentar a demanda. Os estoques não deram conta. O inverno acabará, o crescimento mundial tomara que não. Isso quer dizer que a commodity vai subir. E, também como já dissemos, isso puxará o dólar para cima.
O preço do barril de petróleo, do tipo WTI, com vencimento em fevereiro, subiu 3%, cotado a US$ 76,61 na Bolsa de Mercadorias de Nova York. O barril do tipo Brent, com vencimento em fevereiro, avançou 2,6%, negociado a US$ 75,40 no ICE Exchange de Londres.
Os dados discutidos nas três postagens de ontém já sugeriam essa alta. Dia 26.12 chegam outros indicadores relevantes das economias americana e européia. Vamos aguardá-las para novas análises. Boa ceia a todos.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Insistindo no seu voto

Estatais devem se internacionalizar?
Peço que votem na enquete sobre as estatais, ao lado. Isso nos ajudaria a formular um bom artigo para um veículo disposto a repercutir as posições sobre esse tema.
Para chegar a um número expressivo de votantes, por favor, peça aos internautas, com quem você tenha amizade, para votarem também.
Abs, Grisi.

Bacen prevê 5% para ocrescimento do PIB 2.010

Otimismo contamina o Banco Central
A depender do Banco Central o crescimento do Produto Interno Bruto, para 2010, será de 5%.
Em relação a 2009, a previsão foi reduzida de 0,8% para 0,2%. Para o último trimestre desse ano, o Bacen espera uma nova aceleração do crescimento, em relação ao trimestre anterior, "movimento associado ao reequilíbrio dos estoques, que se reduziram por quatro trimestres consecutivos, à continuidade do crescimento do emprego e da renda e aos efeitos defasados da flexibilização das políticas monetária, fiscal e creditícia".
O relatório da instituição insiste no fato de que o crescimento do PIB deverá refletir a ocorrência de desempenhos favoráveis em todos os setores da economia.
A expansão da atividade agropecuária está estimada em 3,7%. O setor industrial deverá crescer 7,6% em 2010, sobretudo puxado pela expansão de 8,8% projetada para a indústria de transformação. A indústria da construção civil crescerá 6,4%, favorecida pelo ambiente de retomada dos investimentos e pela continuidade das obras no âmbito de programas governamentais específicos. A estimativa de expansão da indústria extrativa mineral, refletindo os impactos do maior dinamismo da economia mundial sobre os segmentos petróleo e minério de ferro, atinge 6,4%, enquanto a produção e distribuição de eletricidade, gás e água deverá aumentar 4,8%, no ano. O crescimento de 5% estimado para o setor de serviços incorpora as projeções de crescimentos para os segmentos intermediação financeira, 7,2%, beneficiado pela continuidade de expansão do crédito; comércio, 6,5%, e transporte, armazenagem e correio, 6,4%.
Do lado da demanda, o governo estima crescimento anual de 6,1% para o consumo das famílias. Enquanto isso, os investimentos deverão expandir 15,8%, em 2010. E a expansão anual do consumo do governo foi estimada em 2,9%.
É de estranhar que o Banco Central não tenha feito avalições sobre o potencial de crescimento do país e se suas estimativas estão compatíveis com esse potencial. Otimismo pode cegar.
Também estranho a ausência de previsão sobre a pupança pública e privada do país. Com esses dados poderíamos afastar todas as teorias conexas a da do "vôo de galinha". Também senti falta de previsões sobre o influxo de capitais. Sobre esse último item, poderíamos entender melhor as expansões previstas, por meio das estimativas do IED. Também é de se estranhar que o guardião da moeda não tenha se incomodado com a entrada de dólares no país. Mas, sinceramente, omissões à parte, as previsões do Banco Central parecem muito razoáveis, apenas um pouco otimista para vir de quem vem. Na sua natureza, o Banco Central necessariamente deveria ser mais contido em suas manifestações. Elas exacerbam as expectativas dos agentes.

O peru está no forno

O que já sabemos e o que falta saber (III)
Para comer o peru de amanhã, resta ainda alguns dados que deverão nos chegar ainda hoje. Confirmados, vamos à festa, agradecendo esses presentes de Papai Noel. Ele acabou sendo mais generoso do que prevíamos.
No Brasil, será publicado o IPC-S da 3ª semana de dezembro, o IPCA-15 também referente a dezembro, o Fluxo Cambial da semana e o Resultado Primário do Governo Central, de novembro. Arriscando: IPC e IPCA em altas discretas, fluxo cambial acusando os efeitos de remessas ao exterior, resultado primário do governo federal deverá decepcionar mais uma vêz.
Nos Estados Unidos, serão divulgados os índices de Rendimento e Gastos Pessoais, ambos referentes a novembro. Aqui, pode surgir novidades positivas.
O PCE Deflator, referente a novembro, não deverá sair do esperado. Estoques semanais de Petróleo, devem aparecer ainda menores. Confiança do Consumidor, medida pela Universidade de Michigan, referente a dezembro, pode trazer um aumento discreto das expectativas. Em outras palavras, Brasil crescendo, sob alerta inflacionário. Estados Unidos, crescendo menos, mas com os mesmos riscos. Tudo a conferir.

Mais algumas notícias

O que já sabemos e o que falta saber (II)
4) PIB anualizado norte-americano frustrou as estimativas de mercado. Esperava-se alta de 2,8% e alcançou-se apenas 2,2%, no 3T09. A diferença parece pequena. Não é, considerando-se os padrões econômicos de um economia madura. O mercado não gostou. Esqueceu-se que esse crescimento consolida as expectativas de recuperação econômica dos Estados Unidos.
5) Consumo Pessoal apresentou alta de 2,8%. Não decepcionou, ao contrário, produziu efeitos positivos sobre os mercados.
6) Índice inflacionário PCE,no 3T09, teve alta de 2,6%. Preocupa e faz pensar em alta do juros americanos. Aliás, estamos prevendo esse movimento para o 2o. trimestre de 2010.
7) O índice de atividade regional do Fed de Richmond teve declínio de 4 pontos, em dezembro. Desagrada, mas parece sazonal. Afinal, a produção para o Natal já se encerrou. Portanto, não assusta.
8) Índice de Preços de Casas, referente ao mês de outubro, em alta de 0,8%. As Vendas de Imóveis usados cresceram para 6,54 milhões. Fechou com chave de ouro.
Tudo tem o sentido da recuperação. Aguardemos.

Divulgadas as primeiras notícias

O que já sabemos e o que falta saber
(I)
Sairam os segintes indicadores:
1) Sondagem do Consumidor  (FGV), com queda para 112,3 pontos, em dezembro. Como imaginávamos, o consumidor deveria apresentar-se mais cauteloso. Esse índice procura explicar as expectativas do consumidor em relação às seguintes áreas de questionamentos: situação econômica do país, situação econômico-financeira da família, orçamento doméstico, mercado de trabalho (grau de dificuldade de encontrar trabalho), e intenções de compras de bens de alto valor. Portanto, uma queda nesse índice, sugere conservadorismo no trato com suas questões de renda, consumo e investimentos. Reflete também expectativas sobre a permanência de seus ganhos, no tempo. Supõe ser razoável assumir estratégias pesoais defensivas em relação a esses temas.
2) Relatório Trimestral de Inflação  indica que se a economia acelerar seu crescimento, muito fortemente, os riscos de recrudescimento da inflação aumentam de forma expressiva. Sobre isso, acreditamos que, em não sendo possível evitar uma valorização do dólar em relação ao real e,  não se reduzindo os gastos públicos, em função da agenda política, não será possível ao governo manter a Selic no patamar atual. Uma alta de 0,25%, no 2o.trimestre, seria medida de prudência a ser esperada.
3) Relatório da Dívida Pública Federal mostrou que a dívida total cresceu para R$ 1,5 trilhão, em novembro. Aqui, realizou-se a expectativa geral. Gastos em alta. Mas, como "Deus é brasileiro", a arrecadação já voltou a subir e o PIB também. Como o que mais importa é a relação Dívida x PIB, o problema está minimizado. Entretanto, a liquidez do sistema não. É aí que "mora o perigo" do recrudescimento inflacionário. Confirma a necessidade de, em algum momento, o Bacen aumentar a Selic.

Colisão: estratégia ou imprudência

Vamos retaliar
Não me parece muito brilhante. Durante os dois governos do presidente Lula, no front internacional, colecionamos derrotas. Priorizar negociações multilaterais não nos trouxe vantagem alguma. Acho que vamos perder mais uma.
Em, Genebra o embaixador brasileiro mandou o recado para OMC: "vamos retaliar". A retalilação é de US$ 829,3 milhões por ano, em sancões contra os importados dos Estados Unidos.
Tudo em função da insistência norte-americana em manter subsídios à cultura do algodão, declarados ilegais pelo Órgão de Apelação da OMC. Não deixa de ser odioso, mas, convenhamos que nas relações internacionais prevalecem as negociações. Elas deveriam ser mais racionais.
A causa é simbólica. Mais razoável é a manutençaõ dessa bandeira. Menos razoável é a declaração de uma guerra comercial. Precisamos rever posições e pragmaticamente olhar o futuro.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Boas festas

Divido com vocês um universo de conhecimentos, interesses e sentimentos
Desejo a todos um feliz Natal e um Ano Novo cheio de realizações.
Empresto os versos solidários de Assis Valente e a interpretação de Maria Betânia.
Boas Festas.

Intimidades violadas

A moda já pegou. 
Mundo virtual não tem licença  para matar

O Electronic Privacy Information Center, entidade civil dos direitos à
privacidade dos internautas americanos, protocolou reclamação na Federal Trade Comission (FTC), órgão do governo americano que investiga contratos comerciais e dados fiscais de empresas e pessoas físicas, contra o Facebook.
O pedido sustenta que as mudanças na política de privacidade da rede social infringem leis federais de segurança. São, ao todo, dez signatários, a Epic e mais nove entidades privadas de fiscalização digital.
As mudanças ocorridas entre o fim de novembro e o início de dezembro, dizem respeito às novas exigências do Facebook, obrigando usuários a passar por uma "ferramenta de transição" antes do acesso a suas contas, tornando as informações pessoais visíveis aos desenvolvedores de aplicativos.
Na ação judicial a entidade solicita que a FTC investigue essas alterações e obrigue o Facebook a voltarr suas políticas de privacidade anteriores.
Como se vê, ninguém está incólume à lei. Sigilo é sigilo, independentemente do meio. Essa penalização vai ganhar força nos sites, blogs, twitters e nas em todas as redes sociais. Como evitar esse desgates e a perda de internautas nos nossos empreendimentos virtuais? A resposta é simples e vem do mundo real: basta implantar modelos de governaça, prevendo um bom compliance. Que tal?


O mercado financeiro não para

Para hoje esteja atento a essas notícias
A terça-feira pode trazer muita novidade boa. Ou má. O cenário certamente se movimentará para cima ou para baixo. No mesmo lugar não fica. Na minha avaliação é para cima que ele vai. Aqui no Brasil, vamos conhecer a Sondagem do Consumidor, referente ao mês de dezembro, mostrando um consumidor mais ajuizado no conjunto de seus gastos. O Banco Central publica a nota sobre Mercado Aberto, de novembro, que não trará nada que já não se conheça. Finalmente, o Bacen apresentará o Relatório da Dívida Pública Federal, de novembro. Aqui vem chumbo grosso! Não há sinais de melhora. Ao contrário, a dívida deve continuar em crescimento, provocando sobressaltos em relação a possíveis altas futuras da taxa de juros, como reflexo das preocupações com um eventual recrudescimento inflacionário.
Nos Estados Unidos, serão divulgados, daqui a pouco, os índices de Rendimento e Gastos Pessoais, referentes ao mês de novembro. Se vier em alta, o mercado vai reagir com exuberância. Também serão divulgados o PCE Deflator de novembro, os Estoques semanais de Petróleo e a Confiança do Consumidor, medida pela Universidade de Michigan, tudo referente a meio mês de dezembro. Deve dar PCE sem grandes movimentos, o que seria ótimo, estoques de óleo bruto e gasolina em queda e consumidor ainda crescendo sua confiança na economia norte-americana. Se isso acontecer, temos que agradecer ao Papai Noel e pedirmos a ele que não deixe os preços do petróleo subirem muito. Precisamos de paz nesse Novo Ano e o petróleo, acomodado, nos daria um folego adicional para acelerar a recuperação. Temo que Papai Noel possa nos negar esse último pedido. Em todo caso, coloquem seus sapatos na janela.

Para a semana de festas

Eventos: é hora de cultura
O Centro Cultural SESI Vila Leopoldina
Até o dia 30 de janeiro, a exposição Arte em São Paulo, do fotógrafo Tetsuo Segui. A mostra gratuita, que reúne 16 registros fotográficos coloridos, visa oferecer ao público um olhar minucioso e pontual de um dos maiores acervos públicos de obras artísticas do país.
De acordo com Tetsuo Segui, a exposição proporciona ao visitante a oportunidade de conhecer detalhes dessas obras e monumentos artísticos espalhados pela cidade de São Paulo, bem como uma visão peculiar pela lente da máquina. “Ao focar nos detalhes, percebemos a sensibilidade do artista quando concebeu a obra”, comenta. E completa: “Estou prestando uma justa homenagem à cidade e aos artistas anônimos e aos consagrados que contribuem com formas e cores.”
A exposição Brasil Arquitetura – A tradição do novo.
De 22/10 a 17/01, na sala principal do Centro Universitário Maria Antonia da USP. Trata-se de painel da trajetória de 30 anos de atuação do escritório Brasil Arquitetura no panorama da produção contemporânea brasileira. Exibida no Tokyo Art Museum, no Japão, a exposição revela, em blocos temáticos, os principais temas presentes no trabalho dos arquitetos Francisco Fanucci e Marcelo Ferraz: o diálogo entre contextos históricos e contemporaneidade, entre projeto e programa, entre paisagem e desenho.“Buscamos uma arquitetura criada a partir de profunda conexão com as bases culturais de cada lugar e protagonistas”, afirmam os arquitetos.
Composta por projetos recentes, textos, maquetes, croquis, fotos, vídeos, uma seleção de móveis produzidos na Marcenaria Baraúna e uma mostra de fotografias da série Arquitetura Rural na Serra da Mantiqueira.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Internacionalização de Estatais

Vamos votar
Ocorreu-me a importância do tema para uma boa pesquisa. Peço a voces que encaminhem o endereço do blog aos amigos, pedindo que eles respondam a essa pesquisa. Sobre o resultado farei um artigo para o Valor Econônomico. Seria um tremendo tema para ser pensado na fronteira da administração.
Vamos fazer o envio dessa pesquisa a todos os amigos que conseguirmos atingir em nosso network?
Grato pelo esforço
Celso

Internacionalização de empresa pública faz sentido?

Sabesp desclassificada em
concorrência no México
Confesso que a notícia me deixou confuso. Prego a internacionalização, ensino- a nas aulas e, mais que isso, defendo-a. Acredito na necessidade dessa estratégia para a competitividade brasileira. Mas, a Sabesp é pública e não cumpriu todo seu papel aqui, no país. Não seria justo usar o dinheiro do contribuinte estadual para financiar investimentos em saneamento, no México. Ou seria? Ou até seria indispensável que o fizesse?
Que se saiba, até agora, o esforço de internacionalização envolve, além do México - onde tendo perdido a concorrência, a Sabesp pretende entrar com recurso junto ao Judiciário daquele país-, a empresa paulista venceu este ano uma licitação de US$ 8,8 milhões, no Panamá. Estuda novas licitações na Argentina e na Índia. O fato de ter ganho no Panamá mostrou-me que a Sabesp é competitiva, pois imagino que não tenha sido a única empresa a comparecer no certame. Ainda mais em tempos de crise. No México, ganhou em preço e foi desclassificada pela documentação. Conheço isso de outras plagas. Sei que para ganhar em preço, a Sabesp tem que ser competitiva. Competiu contra empresas internacionais e ganhou. Desclassificada, tem como obrigação recorre mesmo. Que diabos, temos que ganhar e levar. Agora está disposta a novas aventuras pois deve ter certeza de sua competitividade. E você, cidadão paulista, já havia se dado conta de que nossas empresas estatais podem ser eficientes e disputar certames internacionais? Acho que estou certo, e vou continuar pregando a internacionalização.
Você concorda com minha posição ou acha que a Sabesp não deveria prestar serviços no exterior, uma vez que foi formada com dinheiro do contribuinte paulista? Responda na nossa enquete dessa semana.

Agricultura em alta

Preços agrícolas começam a reagir
Considerados os meses de novembro e dezembro, os preços agrícolas começaram a se mexer para cima, no Brasil e no mundo também.
Cacau em alta continuada, encerra a semana sofrendo seu primeiro ajuste em dois meses. Fechou a sexta feira em R$ 92,70 a arroba. Em NY, laranja sobe 155 pontos. No Brasil, a caixa de 40 Kg fechou a semana a R$ 6,96. Ainda baixo, esse preço sinaliza uma boa recuperação nos próximos meses, em função da frustação da safra da Flórida. Trigo continua alto, mais com ligeiro recúo em Chicago. Contratos cotados, com vencimento em maio, a US$ 5,41 por bushel, isso quer dizer, alta de quase US$ 1,00 por bushel.
No Brasil  o IqPR, índice de preços recebidos por produtores agropecuários, de São Paulo, produzido pelo Instituto de Economia  Agrícola, mostra-se positivo. Os preços subiram 2,13%. Foi a 16a. alta consecutiva do índice. A principal alta foi a da laranja (24,51%). Carne de frango e ovos também subiram. As principais baixas estão associados à carne bovina e suina (3,08) e leites tipo B (7%) e C (5,15%).
A renda agrícola começa a se recuperar. As exportações terão maior valor que em 2009. O campo ativará setores importantes da indústria. Tudo conspira a favor da retomada.A conferir.

Porque os bancos médios são vulneráveis

Nesse raciocínio, Panamericano ganha muito fôlego
Havíamos discutido o assunto nesse nosso espaço. Também já havia levado à mídia essa preocupação. Com a aquisição de parte de seu controle pela Caixa, o Panamericano expõe as dificuldades diagnosticadas  no artigo abaixo.

O Panamericano ganhou acesso a funding mais barato e incorporou-se numa das mais extensas rede de distribuição brasileira. Só em correspondentes bancários ele terá a sua disposição mais de 9.000 pontos de vendas.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Me engana que eu gosto

Não deixe o tempo destruir sua memória.
Todos temos rugas. Mas enquanto a medicina não dá jeito, o photoshop pode acabar com essas incoveniências. A proibição da veiculação de um anúncio de um creme anti-rugas na Grã-Bretanha, essa semana, insere-se no capítulo da propaganda enganosa.
A propanda apresentava foto da modelo Twiggy, sem rugas, tal como nós a queríamos imaginar. A acusação é de que o creme anunciado faria o milagre de transformar a verdadeira ex-modelo, drapeada, na falsa modelo, livre das marcas do tempo.



A suspensão do anúncio foi determinada pela Advertising Standard Authority. Mais de 700 consumidoras teriam apresentado reclamações contra a propaganda enganosa. A ASA, considerou o anúncio "socialmente irresponsável", pois poderia aumentar a percepção negativa que as mulheres têm do envelhecimento e da própria imagem. Além disso, a propaganda é enganosa, pois promete algo que o produto não faz.
A imagem negativa sobre a velhice é um problema individual. O problema da auto imagem é mais individual ainda. Tudo depende de como cada um se vê e se entende. Tudo depende do que cada um fêz consigo e com seus sonhos e suas realizações. Aspirar a juventude eterna é um sonho do qual o homem ainda não se livrou. Agora, confundir  sonho com a realidade, não é problema que se resolva, procurando o Procom.
Quer saber, não destruam meus sonhos de junventude, colocando uma foto verdadeira da Twiggy. A propaganda tem o mérito de incitar as mulheres em direção ao ideal.
Agora, que esse creme não faz tudo isso, não faz mesmo. O erro foi só o de atribuir o efeito a um creme que realmente não pode ser a causa  dessa mágica, jamais. E que pena que seja assim.

Ano Novo, cenário velho?

Recuperação da economia americana
inibe adoção de nova moeda


Qualquer tremor na economia mundial - os últimos foram Grécia, Dubai e Espanha -, leva os investidores refugiar-se no dólar. Criar uma nova moeda requer muito esforço e muita credibilide. Não será fácil, se os Estados Unidos recuperar-se nesse próximos anos.

Desoneração, enquanto a reforma tributária não sai

 SINDIFISCO, até tu Brutus!
Auditores fiscais atuam na direção do desenvolvimento econômico. É bom ver isso.


Desonerar setores deveria ser utilizado como instrumento de política industrial. Sempre integrado a outros instrumentos: política comercial, política de crédito, etc. Como medida anticíclica, valeu. Mais que isso é casuísmo econômico, com objetivos eleitorais.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Enquato isso no Brasil

Cade aprova acordo na área de buscas
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica aprovou o acordo firmado entre Microsoft e Yahoo mediante o argumento da ampliação da concorrência com o Google, na área de buscas na internet. Essa decisão tem o mesmo objetivo daquela tomada no início da semana pela Comissão Européia: ampliar o grau de competição entre os players em um determinado mercado. Naquela decisão a Microsft perdeu o exercício monopolístico da oferta do Explore em seu próprio sistema operacional. Nessa, a empresa é ganhadora. Nesses embates jurídicos, os argumentos utilizados revalizam-se, dependendo dos interesses locais em jogo. Seria interssante cotejá-los em algum órgão internacional que validasse, ou não, suas contradições. Quem sabe algum guru pudesse dizer que tais "comportamentos oportunistas", decorrentes das "assimetrias informacionais" e da "racionalidade limitada" expressassem apenas  a estratégia de "pensar globalmente e agir localmente".  
O acordo permite que a Microsoft disponibilize para o Yahoo tecnologia de algoritmo voltada a serviços de buscas, de buscas patrocinadas e os serviços de publicidade contextual. O Yahoo fica com a exclusidade sobre as vendas mundiais para os anunciantes maiores.
O Cade agiu rápido e decidiu alinhado com as diretrizes antitruste. Resta saber se o Google não fará como a Nestlé, atirando-se no braços o Judiciário nacional. 

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Recuperação econômica já provoca monetaristas

Noruega eleva os juros básicos
para 1,75 % ao ano
O Banco Central Norueguês, o Norges Bank, decidiu elevar a taxa de juros em 0,25 pontos, alcançando os 1,75% ao ano. A decisão de elevar essas taxas deveu-se aos temores associados à recuperação econômica em curso no país. Os receios com o comportamento dos preços foi a grande motivação da decisão. 
Curiosamente, o Banco Central de Suécia, o Riksbank, resolveu, no mesmo momento, manter suas taxas sem alteração, nos seu mínimo histórico, de 0,25%, reafirmando sua previsão de que a taxa se manterá nesse patamar até 3o trimestre de 2010. O Riksbank justificou sua decisião pela necessidade de consolidar recuperação da economia nacional, mesmo que submetida a alguma pressão inflacionária. Na avaliação dos dirigentes do Banco Central da Suécia essas pressões são baixas e não justificam medidas monetárias preventivas.
O interessante é notar que, lá como aqui, as opiniões se dividem nas mesmas vertentes. E mais, cada país trabalha com expectativas diferentes sobre o futuro, mas usam os mesmos instrumentos para monitorá-las: a taxa de juros.

Microsoft cede às pressões antitruste

Microsoft e Comissão Européia chegam 
a uma decisão final sobre o Internet Explore
A decisão é histórica. A partir de agora a Microsoft  não poderá incluir seu navegador, o Internet Explore, no sistema operacional Windows. A empresa venderá o seu browser separado do sistema operacional. Também estará obrigada a permitir ao usuário, por meio de seu sistema operacional,  baixar navegadores dos concorrentes.
Pior, fica permnitido aos fabricantes de PCs excluírem o Internet Explorer do Windows e instalarem navegadores concorrentes. Browsers como Mozilla, Chrome, Opera, entre outros, chegam ao mercado em iguais condições concorrenciais.

Quero registrar a importância dada pela UE às condições concorrenciais em seus mercados. A decisão constitui-se em marco jurídico importantíssimo no mundo virtual. O ordenamento jurídico do mundo real alcança, com vigor, o mundo da TI.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Petróleo confirma alta

Petróleo em alta pelo segundo dia seguido
A divulgação de notícias positivas sobre o desempenho da economia norte-americana faz as cotações de petróleo fecharem em alta pelo segundo dia consecutivo.
A cotação do barril do petróleo tipo Brent, alcançou US$ 74,29, em Londres, 1,90% de alta em relação a ontém. Em Nova York, o contrato com vencimento em janeiro, alcançou US$ 73,02 por barril, com valorização de 3,48% em relação à sessão anterior.
Os estoques de óleo bruto continua caindo semana a semana.
Pelo jeito o petróleo chega aos US$ 80,00 antes do que imaginávamos. E também antes do que podíamos prever, o juro nos USA aumentará, puxando o valor de sua moeda. Esperar para ver.

Arriscando um palpite para os preços de dois ativos

Cautela com economia dos EUA
pressiona preço do dólar

Ontém o dólar fechou em alta de 0,46%, vendido a R$ 1,753.
Inflação em alta nos Estados Unidos e crescimento da produção industrial, para além das expectativas, deram o sinal vermelho. Aí os mercados reagem e puxam o dólar. Hoje temos notícias sobre a política monetária americana. Não é de se esperar por grandes novidades. Um simples alerta em relação à inflação já promoveria  uma razoável agitação entre investidores. A divulgação do avanço do Índice de Preços ao Produtor de 1,8%, em novembro, também para além do esperado, também cria incertezas que pressionam o dólar.
Petróleo para cima, chegando nos US$80,00, em fevereiro, e dólar a R$ 2,10, para o meio do ano. Tudo, de novo, a conferir.

Publicações sobre propaganda subliminar


Propaganda subliminar
Recomendo esses livros para os interessados nesse tema:


Espero ter atendido ao interesse de voces

Petróleo em alta

Barril a US$ 70,64, em meados de dezembro.
A alta de ontem reflete a nova expectativa de crescimento da produção industrial norte-americana. Começa a consolidar-se a idéia de que as demandas, por energia de modo geral, e de combustíveis, em especial, aumentarão mais rapidamente do que se imaginava dias atrás. Era isso que vínhamos prevendo aqui em nosso blog.
As estimativas de crescimento para a produção industrial, no último mês, nos Estados Unidos era de 0,5%, para novembro. Os números mostram um crescimento real de 0,8%
O preço do barril de petróleo do tipo WTI, com vencimento em janeiro, subiu 1,6%, fechando ontém a US$ 70,64 na Bolsa de Mercadorias de Nova York. O barril tipo Brent, com vencimento em janeiro, recuou 0,23%, cotado em Londres a US$ 72,06 no ICE Exchange.
Se essa tendência se acentuar, insisto, que a demanda por dólares será pressionada e a moeda deverá recuperar-se em relação às outras moedas fortes. Isso significaria dizer que os commodities brasileiros remunerarão melhor seus produtores e que as exportações industriais recuperarão, em alguma medida, sua competitividade. Tudo a conferir, naturalmente.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

INTERNACIONALIZAÇÃO BANCOS BRASILEIROS

Sistema financeiro quer internacionalizar-se
O presidente do Banco do Brasil confirmou que negocia a compra do argentino Banco Patagônia. Parece que o interesse não se restringe a bancos na Argentina.
Há interesse em outros bancos na América Latina.
Bendine informou que o BB divulgará ainda hoje um fato relevante informando os acionistas sobre a negociação.
O interesse no BB no Banco Patagônia é a exploração do segmento de varejo.
O Banco Patagônia é o sexto em ativos entre os argentinos e quarto em rede, com cerca de 170 agências pulverizadas, com mais de 50% na praça de Buenos Aires. É uma das maiores pagadoras de salários e benefícios da Argentina.
Análise:
a) Real forte propicia aquisições no exterior (como já salientado aqui no BLOG pelo Prof. Grisi);
b) Os clientes A1/A2/B1/B2/C1 ´já estão bem abastecidos de serviços bancários no Brasil. São estes clientes que dão maior retorno as I.F. pois fazem mais vendas cruzadas (principalmente seguros);
c) Queda nos SPREADS : acabou a "boa vida" nos bancos. Com spreads baixos a saída para manter o retorno para acionistas é buscar receitas em novos mercados e/ou produtos;
d) Grandes concorrentes do BB - ITAÚ e SANTANDER - já tem forte presença na A.L. (especialmente este último).
Desdobramentos interessantes virão como integraçãode serviços bancários com o Brasil.
Notícia pequena, mas muito relevante para quem acompanha o mercado financeiro.
COLABOROU PROF. RAMIRO GONÇALEZ

Compra da Sun pela Oracle está quase autorizada

A União Européia impressiona-se com a argumentação da Oracle
A Comissão Europeia pareceu convencida de que a compra da Sun Microsystems não implica redução significativa da concorrência na indústria de banco de dados. Comenta-se que a apresentação oral feita pela Oracle foi extremamente persuasiva e que teria sido acolhida com muita simpatia pelos membros da Comissão. Contribuiu muito para isso os compromissos assumidos pela Oracle junto a clientes, desenvolvedores e usuários do MySQL. Esse era o grande nó da questão: o receio da Comissão Européia em relação aos possíveis danos que a aquisição do banco de dados MySQL poderia causar à concorrência no setor e aos cientes que teriam limitada sua liberdade de escolha.
Também foi decisivo para esse resultado, o compromisso da Oracle em estender, por um período adicional de cinco anos, as atuais condições das licenças comerciais dos contratos existentes com fornecedores de storage.

Vejam que na Europa, para se conseguir a aprovação de um negócio de US$ 7,4 bilhões, concorrentes, fornecedores e usuários devem ser respeitados em seus direitos de agentes econômicos. Todos são tidos , igualmente, como relevantes e, no fundo, fazem um bom contrapeso aos exercícios oligopolísticos. Trata-se de um pensamento econômico, em dúvida, mas que reflete uma preocupação mais geral com o bem-estar e com a harmonização das relações sociais. No Brasil, precisamos avançar mais rapidamente nessa questão, embora já tenhamos avançado muito, e rapidamente, nesses últimos anos

Ainda há espaço para novas concentrações na indústria bancária?

Bancos pequenos e médios precisam
ter foco para sobreviver
Veículo: Portal IG - Olívia Alonso
Data: 14.12.09 - 07:40
Os pequenos e médios bancos brasileiros precisam de estratégias específicas, parcerias e consistência para sobreviver num mercado ávido por escala, dizem analistas e pesquisadores. Após o forte processo de consolidação de instituições financeiras no País nos últimos anos, tendo como episódio mais recente a compra do banco Panamericano pela Caixa Econômica Federal (CEF), a sugestão dos especialistas é que os menores sejam atuantes e foquem no aprimoramento de competências em nichos específicos.
“Ele precisam mostrar consistência, ter bons princípios de governança, critérios rígidos de seleção de clientes e concessão de crédito”, diz Clodomir Felix, sócio para atendimento às instituições financeiras da consultoria Deloitte. O que define o risco dos bancos é a solvência e a liquidez, “mas essas características não bastam para que os médios e pequenos sobrevivam”.
Atualmente, há cinco grandes bancos no País e poucos de médio porte, como é o caso do Safra. Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, CEF e Santander, juntos, correspondem a cerca de 66,4% do total dos ativos dos 137 bancos do País, segundo dados de setembro do Banco Central. Quando considerado o patrimônio líquido, a participação dos grandes sobe para aproximadamente 71,6%, somando R$ 187,6 bilhões de um total de R$ 261,9 bilhões.
Concentração
Enquanto na concorrência entre os bancos comerciais grandes a amplitude de serviços é maior, os bancos menores têm portfólio mais restrito e concorrem mais por operações ou clientes específicos. Um exemplo é uma operação de crédito consignado com uma prefeitura, na qual o banco faz o financiamento do funcionário público por meio de crédito consignado (modalidade de empréstimo com desconto de prestações em folha de pagamento). Nesse caso, é estabelecido um contrato entre o banco e a prefeitura, sendo que a gestão municipal pode receber uma taxa do banco, de forma que a operação seja interessante para todas as partes.
Celso Grisi, diretor presidente do instituto de pesquisa de mercado Fractal e professor da Universidade de São Paulo (USP), sugere aos bancos de menor porte o foco na especialização em um conjunto de produtos específicos e um conjunto de empresas, com uma “estratégia produto-mercado muito nítida”. Ele dá como exemplo a especialização do banco em um segmento como o de tecnologia avançada. Nesse caso, haveria a alternativa de procurar empresas em polos como o de Florianópolis e oferecer um produto desenvolvido especialmente para esse nicho. Da mesma forma, outra opção seria a atuação no pólo farmacêutico de São José dos Campos. Operações assim acabam tendo risco mais baixo, afirma.
Já as fusões entre bancos menores são descartadas se o objetivo do negócio for o crescimento para competir com os bancos grandes. A união entre pequenos e médios não contribui para elevar de maneira satisfatória a capacidade de captação e concessão de empréstimos dos bancos. Para poder emprestar mais, um banco precisa ampliar seu patrimônio, completa Grisi. Existe um indicador mundial que define quanto uma instituição financeira pode emprestar em relação a seu patrimônio, o chamado Índice de Basiléia. No Brasil o limite é 11%, o que significa que para cada R$ 11 de patrimônio, o banco pode conceder no máximo R$ 100 em crédito.