2010, o ano das "balas perdidas"
no mundo financeiro
Combater a crise produzida pelo setor financeiro privado exigiu dos governos nacionais uma pronta ação capaz de estancar as quebras e seus possíveis efeitos em cadeia. Evitar a propagação do contágio e preservar a liquidez os sistemas monetários nacionais eram as palavras de ordem. Tudo foi feito por meio de empréstimos que hoje transformaram-se em bombas, sem hora certa para explodir. Estados estão endividados para além do suportável. Agentes econômicos privados serão obrigados a negociar suas dívidas, pela simples razão de que não serão capazes de honrá-las.Dubai foi o primeiro caso. Grécia e Espanha, quase simultaneamente, estão deixando o "cadastro positivo internacional". Difícil saber de que lugar virá o próximo tiro. Estão na lista das possíveis "balas perdidas" economias ricas como Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido e Irlanda. Os investidores olham para as dívidas internas desses países e se assustam com a relação dívida/PIB. Reino Unido mais 80%, Alemanha mais de 60%, Irlanda mais de 80%. No plano internacional, o antigo bloco soviético faz água. A dívida externa da região supera 100% do PIB. No setor privado internacional, estima-se que vá vencer, no próximo ano, mais US$ 200bilhões.
As previsões feitas em todo mundo desconsideram o efeito das "balas perdidas". Não se sabe de onde virão e muito menos quem as disparará. Uma coisa é certa. Ainda que se exercitem as melhores negociações para a rolagem dessa montanha de papéis, cujos prazos vão se vencer rapidamente, e ainda que haja disposição em socorrer e amparar os credores, eles são muitos e endividados para além de suas capacidades de pagamento. 2010 será um ano de montanhas russas, inesquecível para os que gostam de riscos. Perigoso para a economia real.
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