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sábado, 14 de janeiro de 2012

Antropologia na avaliação do risco-país

Rebaixamento das notas é apenas o reconhecimento parcial de uma
situação conhecida
No primeiro momento, pode parecer catastrófico. De fato, não será. E não será, porque não terá força para ser.
Essas agências de risco são uma espécie de peão dorminhoco: corre para fechar a porteira, depois que a boiada já fugiu do mangueiro.
Que a França e a Itália já não tinham a notação que vinham ostentando, todo mundo sabia. Basta ver os preços que pagavam para girar suas dívidas soberanas. A S&P chega atrasada e nos avisa sobre o aumento de um risco que, para ser franco, até estava diminuindo nos últimos dias. Essas avaliações deveriam ser mais prospectivas. Chegando com o atraso e a timidez que chegam,  mais parecem escavações de antropológicas.
Os jornais falam de uma eventual implosão da Zona do Euro e, ainda assim, a S& P poupa a Alemanha e rebaixa minimamente outros países.
Francamente essas notas não refletem os verdadeiros riscos desses países e não servem como termômetro para medir o verdadeiro estado febril de toda a Europa.
Preocupa-me saber sobre a Inglaterra. Não se falou dela. Só pelo fato de não estar na Zona do Euro. Parece, portanto, excluída das preocupações com a União Europeia.
O mercado pode reagir com vigor nos primeiros instantes. Mas devem acomodar-se logo à frente. Ainda mais que os Estados Unidos renovam as esperanças capitalistas, com o início de sua recuperação.
O euro, esse sim, deve sofrer desvalorizações ainda maiores e sucessivas. A Alemanha, exportadora contumaz, agradecerá comovidamente à S&P pela queda do euro.

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