É preciso visitar o passado recente para entender 2012
Ao iniciar seu o governo, a presidente Dilma deparou-se com
uma realidade bastante restritiva: crise internacional ainda em aprofundamento,
correções e ajustes fiscais severos e urgentes, infraestrutura deteriorada, carga
tributária elevada, taxas de juros mais altos do mundo, mão de obra
desqualificada, sistema de ensino e saúde públicos arrasados, baixa
produtividade, inovação tecnológica em letargia, nível de poupança modesto, pressões
inflacionárias e competitividade industrial comprometida.
O ano de 2012 desenha condições ainda difíceis para um novo
ciclo de crescimento, embora alguns graves problemas tenham tido suas soluções
encaminhadas. A inflação, por exemplo, retomou a trajetória para o centro da
meta, os ajustes fiscais foram feitos, conquanto remanesçam ainda problemas estruturais
no custeio do governo central, e as taxas de juros já cederam consideravelmente.
Os próximos desafios não são pequenos e limitam as
aspirações de um crescimento acelerado. Contar com crescimento em torno dos
3,0%, desde que se sustente também algum crescimento no mercado de trabalho,
dará tempo para realizar novos progressos nas áreas econômica e social. É
preciso deslocar o eixo do consumo para acelerar a formação da poupança e a ampliação
dos níveis de investimentos públicos e privados, ao contrário do que se fez em
2011. Investimentos devem ter o sentido do aperfeiçoamento da competitividade,
por meio de ganhos provindos do avanço da infraestrutura, da política de
inovação e dos ganhos de competitividade.
É de se esperar pela recondução das políticas públicas nesse
ano novo. Otimismo permeia as expectativas e que, se depender de nós, hão de se
concretizar.
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