O novo salário
mínimo começa
em janeiro
O salário
mínimo, reajustado para R$ 622,00, já entrou em vigor graças à penada
presidencial de final do ano.em janeiro
Gesto de
imensa generosidade, com efeitos que se estendem por toda a economia, para o
bem e para o mal.
O consumo, em
queda, responderá a esse novo estímulo. Espera-se. Afinal, trata-se de um
reajuste nominal nada desprezível, de 14,13% em relação ao valor anterior de R$
545,00. As camadas de rendas inferiores, mais beneficiadas pela medida,
apresentam-se com suas demandas ainda muito reprimidas, fazendo crer que a
direção desse dinheiro será mesmo a do aumento de seus gastos, expandindo o consumo das famílias,
com impacto apenas lateral na formação das poupanças individuais. Nesse
particular, excetue-se o crescimento dos valores poupados compulsoriamente que, infelizmente (e necessariamente),
correspondem a novos aumentos do custo da
produção nacional. Uma espécie de generosidade “feita com o chapéu alheio”, mas que,
justiça seja feita, reduz desigualdades ainda gritantes na economia brasileira.
A expansão abrupta
da massa salarial poderá trazer efeitos benéficos ao sistema creditício
nacional, reduzindo uma inadimplência que atingiu em novembro, nada menos que
7,29% do crédito às pessoas físicas.
Vai ser
importante acompanharmos o comportamento dos preços. Eles devem movimentar-se para
baixo, movidos pela recessão mundial e, para cima, pelo crescimento da demanda
agregada interna e pelas pressões dos custos da mão de obra. Vai ser preciso
muita atenção no monitoramento do sistema de preços nacional para que o governo
conclua 2012 abaixo do limite superior, fixado para o centro da meta
inflacionária.
As contas
públicas estarão novamente em questão. Agora, com um aumento de gastos,
decorrente desse aumento do mínimo, em pelo menos R$ 25 bilhões. Com a expansão
dos gastos, cria-se um novo foco inflacionário a ser combatido por economias
produzidas no custeio da máquina governamental, não pela
redução dos investimentos públicos. Espera-se. Cortes no investimento reduzem a oferta de
postos de trabalho, com tendência a minimizar os benefícios do aumento concedido.
A previdência social deve também acusar o golpe, dado que seus custos atrelam-se
consistentemente ao mínimo.
A complexidade
da gestão da vida econômica de qualquer país origina-se dessas consequências, simultaneamente
positivas e negativas, que as decisões nessa área embutem. Passa a ser muito
valioso contar com bons instrumentos de aferição, que nos permitam entender e
antecipar os movimentos e as tendências das variáveis econômicas. Felizmente,
contamos com bons institutos de pesquisas, públicos e privados, para realizar a
"prova dos nove", a tempo e a hora.
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