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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

O que pensa o Banco Central

A opção está feita na última Ata do Copom: combater a inflação é uma questão mais fiscal que monetária
Com a palavra o Banco Central: “a desaceleração da economia brasileira no segundo semestre do ano passado foi maior do que se antecipava...”. E continua: ”eventos recentes indicam postergação de uma solução definitiva para a crise financeira europeia, neste momento, o Copom atribui elevada probabilidade à concretização de um cenário que contempla a taxa Selic se deslocando para patamares de um dígito.”
Quer dizer que além da desaceleração vigorosa pela qual o país atravessou no terceiro trimestre de 2011, o Bacen acredita em preços internacionais em queda, ajudando no combate à inflação interna, além de entender que a oferta e a procura nos setores que mais pressionam a inflação (como alimentos, serviços, construção civil, etc.) estarão voltando ao equilíbrio, erradicando os principais focos de pressão sobre os preços.
Portanto, é de se pensar que o crédito deva realmente estar em expansão, sujeito agora às condições mais restritivas para sua concessão pelos agentes financeiros. Tudo isso quer dizer menos Banco Central no controle dos preços.
Por fim, reforça o recado do ministro Mantega, afirmando que para o alcance das metas inflacionárias, levou em conta “a materialização das trajetórias com as quais trabalha para as variáveis fiscais”. Ou seja, o custeio da máquina pública deverá ser reduzido em pelo menos R$ 50 bilhões esse ano, uma vez que estão garantidas, de público, as verbas destinadas aos investimentos previstos, dando cumprimento às metas definidas para o superávit primário de pouco mais de 3,0% no ano em curso.
Significa dizer mais Ministério da Fazenda no enxugamento da liquidez promovida pelo poder central.
É até difícil de acreditar, depois de tantos anos, que a política econômica esteja substituindo a taxa de juros pela redução do custeio da máquina pública, como instrumento de contenção da inflação. Oxalá seja assim mesmo.

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