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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Davos: um ventilador para espalhar inutilidades

Argumentos genéricos e abstrações teóricas tornam inúteis as argumentações de Davos
A América Latina não pode ignorar os riscos da crise da dívida na Europa e da desaceleração da economia mundial. Foi a conclusão do Fórum Econômico Mundial, em relação a essa região do mundo.
Óbvias e inúteis são as qualificações mais apropriadas aos alertas feitos.
Enrique Iglesias, secretário-geral da Secretaria Geral Ibero-americana colocou sua posição pessoal: "Não sou pessimista com relação à América Latina; sou pessimista com relação ao mundo". E mais adiante, acrescentou com um tom revelador, "As repercussões da crise da dívida na Europa podem chegar de forma direta ou indireta ao Novo Mundo".
Francamente, sua fala não valeu o bilhete aéreo que o levou à Suiça. Para ele, o baixo crescimento e a recessão na zona do euro produzirão "impacto sobre os mercados latinos, pois os europeus comprarão menos, assim como acontecerá com a China, o que impactará a venda de matérias-primas latinas. Definitivamente, Inglesias não estava num dia feliz.
De outro lado, o professor venezuelano Ricardo Haussmann, diretor do Centro para Desenvolvimento Internacional da Harvard Kennedy School, da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, sugeriu que a região deve diversificar e não especializar-se, como sugere a teoria das vantagens competitivas. “Isso é um erro”, afirmou. Os estados estão ausentes na formulação de políticas públicas para garantir a diversificação da capacidade de produção dos países na América latina. Fechou sua fala pedindo por maior integração dos países da região.
Ficaram muitas questões sobre as afirmações. Diversificar facilita ou dificulta a integração? A complementaridade econômica aumenta ou diminui entre os países? As vantagens competitivas, nesse caso, diferem muito das comparativas? Ou falava-se de um conceito e pensava-se em outro?
Deus, quanta inutilidade!

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