Contradições e efeitos adversos na economia
O
IGP-10 mostrou aceleração dos preços em abril para 0,70%, sucedendo alta de 0,27%
em março. O resultado não agradou aos analistas e foi interpretado como uma
aceleração inconveniente dos preços no período. Em 12 meses, o IGP-10 registra
alta de 3,43%. A taxa acumulada no ano é de 1,09%.
O IGP-10 calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.
O IGP-10 calcula os preços ao produtor, consumidor e na construção civil entre os dias 11 do mês anterior e 10 do mês de referência.
O
Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) variou 0,76%, enquanto o Índice de
Preços ao Consumidor (IPC) registrou variação de 0,53% e, na construção civil,
o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) apresentou variação de 0,71%.
Vale
observar que a inflação ainda não chegou mais forte ao bolso do consumidor. A
inflação referente a ele, medida pelo IPC-S para a segunda quadrissemana de
abril apresentou uma queda bastante discreta, ficando em 0,57%. Na tomada anterior, a variação havia sido positiva em
0,58%.
É
de se esperar pelos repasses de preços nas cadeias de produção e de distribuição
ao consumidor final para os próximos períodos e isso ocorre exatamente no
momento em que o Bacen vai decidir sobre a taxa básica de juros de nossa
economia.
Observo
também que o Boletim Focus dessa semana trouxe leve revisão para cima na
inflação esperada em 2012, passando de 5,06% para 5,08%. A revisão foi muito
discreta também, mas já indica que os entrevistados estão percebendo tendências
altistas nos preços. Dentro dessa pesquisa, as previsões para o crescimento do PIB
desse ano estão atracadas nos 3,20% e para o câmbio do final do ano as
previsões indicam alta da taxa para R$ 1,80.
Em
relação ao crescimento previsto para esse ano, o Índice de Atividade Econômica
do Banco Central (IBC- Br) mostrou retração de 0,23% em fevereiro, comparado a
janeiro. O indicador que estava em 140,53 pontos, no mês de janeiro, veio para
140,20 pontos, em fevereiro. Fico imaginado que em março nada tenha mudado
significativamente no nível de atividade do país. O mês de abril, que já está do meio para o fim, também não parece
que venha a trazer novidades expressivas. A quanto o país teria de crescer
daqui até o final do ano para superar os 3,20 da pesquisa Focus ou os 3,5% que
venho imaginando? Vai ser difícil ultrapassar os percentuais previstos, sem por
em risco nosso sistema de preços.
O
crescimento tem apresentado limites fortes. A inadimplência do consumidor
brasileiro é apenas um deles. Nesse trimestre, registrou alta de 18,2%,
conforme dados da Serasa. Em março, o indicador subiu 4,9% em relação a
fevereiro. Resta saber se ainda assim devemos manter a política expansionista
de crédito, forçando as taxas de juros para baixo. Melhor será encurtar o
crédito e dar um tempo às famílias para negociarem seus atrasos com os agentes
financeiros.
Reforçando
o quadro de contração, o Caged anuncia que em março, foram criadas 111.746
vagas de trabalho formal no país. O dado está abaixo dos dados de fevereiro. O trimestre encerrou com a criação
de 381.241 postos de trabalho formal no país.
Conclusão:
o mundo já não é o mesmo e o governo precisa tomar cuidado com as políticas de
indução do crescimento nacional. Essa história começa a correr o risco de um
fenômeno conhecido por estagflação. Seria muito cruel e poderia trazer um forte
revés às melhores intenções desse governo.
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