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terça-feira, 3 de abril de 2012

Hoje é dia de pacote

A guerra está declarada. Estatais devem dar curso à redução dos spreads bancários
Diferentemente do que projetam as autoridades econômicas do país, o setor privado, por meio de relatório Focus, promovido pelo Banco Central, projeta redução do crescimento em 2012 e 2013.
A pesquisa registrou que as projeções para o PIB deste ano e do próximo foram reduzidas. Para 2012, a redução veio de 3,23% da semana anterior para 3,20% nessa semana. Para 2013, a projeção reduziu-se de  4,29% para 4,20%. Quanto ao câmbio, o relatório Focus mostra não acreditar nas intervenções do Banco Central, bem como não considerou as declarações da Presidente Dilma, nem tampouco do Ministro da Fazenda, projetando a taxa de R$ 1,77, para o final de 2012 e de R$ 1,80, para o final de 2013.
A descrença parece generalizar-se. Para convencer, o pacote de hoje tem que ser muito forte. Não será.
Em relação à inflação do mês de março, o IPC-S fechou em 0,60. No mês anterior, o mesmo índice havia ficado em 0,24. Portanto, a inflação é baixa, mas pronta para recrudescer.
O superávit comercial brasileiro em março foi de surpreendentes US$ 2,019 bilhões. No mês, as exportações somaram US$ 20,911 bilhões, e as importações ficaram em US$ 18,892 bilhões. No ano, a balança já acumula alta de US$ 2,44 bilhões. Vamos atravessando a crise externa sem "queimar" reservas.
O pacote prometido para hoje trará a tentativa de reduzir os spreads bancários amparada na redução dos juros cobrados pelo BB, Caixa e BNDES. Com isso, fica declarado o confronto com o sistema bancário privado. Não gosto disso e nem me parece política inteligente. Enfim, o pacote, prometido como está, muda o rumo da política econômica: a política fiscal vira instrumento anticíclico; a política monetária reduz as preocupações com a convergência da inflação para o centro da meta e reforça os objetivos de crescimento; o câmbio segue sua trajetória de tornar-se cada vez menos flutuante. Lamentavelmente, desonerações, câmbio e juros são artificialismos que não caracterizam uma nova política industrial. Respondem, modestamente, aos apelos setoriais, afogados na exuberante carga tibutáriua nacional e nas pressões de custos geradas por uma infraestrutura esquecida, há muitos anos.
O pacote deveria preocupar-se mais com a ampliação dos investimentos no país, deixando um pouco à margem os estímulos ao crédito e ao consumo, ambos exauridos pelo endividamento das famílias e pela alta inadimplência autal.

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