Depois
de tanto esforço, o BACEN conseguiu
A
ideia era a de desacelerar a economia para deter a inflação. Um dos melhores
remédios para isso são os juros altos. E foi essa a trajetória que a Selic seguiu,
sob a batuta do Banco Central. Demorou muito, é verdade. Mas, enfim tivemos um
PIB ridículo de 0,2% anunciado para o 1º trimestre de 2014, em relação ao
trimestre anterior. A
demanda realmente veio abaixo em setores importantes da atividade econômica,
sobretudo naqueles que costumam fazer as maiores pressões sobre os índices que
aferem a alta dos preços: serviços pessoais e os referentes ao mercado de
trabalho. A renda já sobe muito menos que em passado recente. Associado ao nível
de endividamento das famílias e ao crescimento da parcela da renda destinada ao
pagamento dos encargos com empréstimos, a demanda arrefeceu. Resta
saber se esse arrefecimento pode ser considerado como uma vitória do Banco
Central. A
questão do crescimento econômico passa a ser central nas preocupações sobre o
futuro do país. Francamente a situação é alarmante. O problema da inflação não está
resolvido. Ao contrário, são tantas as assimetrias em que os preços relativos
se meteram, depois dos artificialismos governamentais que, francamente, continua
a alimentar expectativas de um recrudescimento capaz de levá-los, no segundo
semestre, acima do teto superior definido para a meta da inflação. Isso tem
sido visto como “outro problema”, cuja solução vai sendo deixada para depois. Juros
altos atraem os capitais especulativos, apreciam o real e barateiam os preços
dos importados. Reduz os preços finais e adiciona o morango sobre o chantilly da
competitividade nacional. Tanto é, que a confiança dos empresários está em um
dos piores níveis de sua história. O PIB cresceu 1,9% no 1º trimestre de
2014, na comparação com o mesmo período de 2013. Esse resultado mantém o País no
mesmo da desaceleração, iniciada no terceiro trimestre de 2013. A indústria teve alta de 0,8% na
comparação anual. A agropecuária avançou 2,8% e os serviços 2%. Apenas o
consumo do governo ganha velocidade, desequilibrando as contas públicas e
condenando o superávit primário a sucessivas reduções. Os investimentos se apresentam em
redução de 2,1%, após terem avançado 4% nos três meses anteriores. Não
há mais mercado. Sem mercado não há investimentos. O crédito, motor da
atividade econômica no governo Lula já não consegue mais crescer e qualquer
inciativa nesse sentido irá se encontrar com a alta da inadimplência. Ao
brasileiro, fica a pergunta: e onde está o arsenal que o governo anunciou ter
para situações como essa?
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