IPCA de
abril é quem vai decidir a manutenção do gradualismo econômico
Proponho que respondam a enquete
ao lado.
Amanhã o IBGE anunciará a
inflação do mês de abril. Espero por alguma coisa em torno de 0,90 % de alta,
agravando fortemente o resultado do mês anterior que foi de 0,79%. O relatório Focus dessa semana
acredita em 0,81%, revendo para cima, mais uma vez, suas previsões.
Como se vê, as expectativas dos
agentes estão se tornando insuportáveis e já antecipam até as reações
mitigadoras das autoridades governamentais. Depois da publicação do número,
dirão que já esperavam por essa alta mais forte nesse mês, em razão de elementos
meramente conjunturais ou decorrente de elementos estruturais que só poderão
ser corrigidos em prazo mais longo e com o menor custo social possível. Em outras
palavras, não dirão nada que alguém possa compreender claramente, mas assumida a
forma erudita, a declaração parecerá respeitável. Não
será crível, entretanto, e inútil, portanto.
Difícil mesmo será explicar tudo
isso à Presidente de nossa República que estará assistindo à corrosão dos
ganhos reais obtidos em instantes anteriores. Imagino que ela venha a pensar
que errou ao abrir mão do Meireles. Temo que, irritada, possa radicalizar e
pedir a volta da ortodoxia monetária chicagana. Convenhamos, o gradualismo não
convenceu. Agora resta apenas elevar a Selic, em um único golpe, entre 1,5 a 2
pontos percentuais. E não se fala mais nisso.
Para convenceer, será ainda preciso enxugar, também de
um golpe, as despesas públicas, aumentar o compulsório e contingenciar os empréstimos
ao consumo mais fortemente. Taí, Dilma. É a herança maldita do presidente
anterior.
Vou pedir atenção
dos leitores para o fato de que a inflação terá quatro grandes focos alimentos,
transportes, habitação, saúde e vestuários, incluindo, nesse último item, os calçados.
O centro da meta, nos últimos 12 meses "irá para o saco", amanhã. Quer apostar?
Então responda à enquete ao lado, até o momento do anúncio do IBGE.
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