Economistas explicam perigo de queda do dólar
Veículo: Folha de São Paulo - Data: Quarta-feira, Abril 13, 2011Jornalista: Adelson Elias Vasconcellos
Na quarta-feira (6) o ministro Guido Mantega (Fazenda) anunciou a cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para empréstimos de até dois anos tomados no exterior por bancos e empresas, com alíquota de 6%. A medida visa conter a valorização do Real.
Celso Grisi, presidente do Instituto de Pesquisa Fractal e doutor em economia pela USP, explica que por um lado a queda do dólar seria de grande vantagem ao consumidor.
"Ele vai pagar tudo mais barato. E terá uma variedade maior na prateleira para escolher entre marcas, produtos, versões", explica o economista. Por outro lado, "nós estamos pagando ao comprar um bem importado o salário do trabalhador fora do país".
Daniel Mota, também doutor em economia e sócio da consultoria BMI, aponta outro aspecto negativo da valorização do Real. "Produtos que são frágeis perdem rapidamente competitividade para o importado, o que pode acontecer com vários setores", diz o economista.
Qual seria então a taxa de câmbio ideal? De acordo com Mota, não é possível saber este valor. "Tem perdedores e ganhadores. Quando o câmbio sobe quem exporta dá risada, mas quem tem dívida em dólar, por exemplo, chora", explica.
Grisi afirma que deve haver limites para a valorização do Real. "Embora seja uma moeda apreciada, líquida e forte, o que nos deixa muito envaidecidos, não pode ser tão forte que a ponto de ser incompatível com o vigor da nossa economia", conclui.
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