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quarta-feira, 6 de abril de 2011

Gradualismo ou descaso?

Gradualismo no combate a inflação
requer sangue frio
O volume de crédito no país voltou a crescer em fevereiro, comparado ao mês anterior. O crédito cresceu mais 1,3 % nesse período. Considerado os últimos 12 meses, o crescimento foi de 21 %, passando agora a representar 46,5 % em relação ao PIB brasileiro.
As autoridades monetárias haviam iniciado um conjunto de medidas macro prudenciais ainda em 2010. Os depósitos compulsórios tiveram seus percentuais aumentados, provocando altas dos juros reais e aumentos de spreads nessas operações. Seguiram-se medidas mais restritivas que atingiram operações de prazos mais longos. Em janeiro, sem dúvida, houve uma trégua e o crédito cresceu apenas 0,5 %. Nesse instante, o crédito liberado total já está em R$ 1,7 trilhão.
Os empréstimos a pessoas físicas cresceram 1,3%, atingindo R$ 573,1 bilhões. Entre as pessoas jurídicas a expansão foi um pouco maior: 1,5%, alcançando R$ 562,4 bilhões.

Essa retomada do crescimento do crédito mostra o vigor da demanda nacional, provocado pelo crescimento da renda das famílias e pela política de pleno emprego. O momento vivido pela economia brasileira reflete a dimensão da demanda que se encontrava reprimida. Gradualismo nessa situação requer paciência e alguma condescendência com a alta de preços. O centro da meta definido para a inflação vai ficando cada vez mais distante pela inércia que empurra o consumo. O apagão de mão de obra continua sinalizando que o crescimento ainda está acelerado. A cotação da moeda nacional garante uma âncora forte, mas já pouco eficiente, no combate a inflação, massacrando a estrutura produtiva nacional.
Enfim, o gradualismo traz a sensação de que a economia foge do controle de seus gestores e que as soluções são paliativas, desrespeitando critérios tradicionais de política monetária, tidos como técnicos. Será mesmo verdade ou se trata apenas de percepções que se extinguirão no tempo?

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