Leite, tomate e cebola estão mais caros
Veículo: Diário do Grande ABC - Data: 28/10/11 Jornalista: Alexandre Melo
Apesar de o preço da cesta básica vendida nos supermercados da região não ter sofrido grande alteração no período de um ano, produtos como tomate, cebola e leite foram os que registraram maior variação. Pesquisa da Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André desta semana mostra que o tomate está 66% mais caro frente a igual período de 2010, vendido por R$ 2,94 o quilo.
O diretor-presidente do instituto de pesquisa Fractal, Celso Grisi, explica que a chuva em excesso nas regiões produtoras e o calor favorecem o aparecimento de fungos, ainda que a pulverização seja constante. "As tempestades violentas das últimas semanas derrubaram frutos dos tomatais, provocando quebra na safra. Logo os preços subiram."
No caso da cebola, a variação na temperatura também é o principal fator que causa a elevação dos custos. O produto aumentou de R$ 1,37 para R$ 1,71, variação de 24% nos últimos 12 meses. O pé de alface é outro item que encareceu, subindo de R$ 1,39 para R$ 1,48.
ESTIAGEM
O tempo seco nas regiões produtoras de vacas leiteiras contribuiu para que o pasto, principal alimento desses animais, ficasse escasso. O resultado é que a disponibilidade da bebida no mercado foi reduzida, pressionando o preço para o consumidor final. Com o período de chuva chegando, a tendência é que a pastagem cresça e a oferta do item se estabilize. "Nos próximos meses o valor do litro do leite será normalizado", afirma Grisi.
Quem costuma comprar frango nos estabelecimentos do Grande ABC deve ter notado que o produto subiu ao longo do ano. Em outubro de 2010, o valor médio era R$ 3,81 e, nesta semana, a carne é vendida por R$ 4,11. A questão central é que a valorização do dólar animou os frigoríficos brasileiros a exportarem o produto, reduzindo a disponibilidade no País. E o aumento no preço do milho, principal componente da ração, também ajudou.
MAIS BARATO
Um dos principais vilões da cesta básica em 2010, o feijão-carioca é justamente o alimento que teve maior redução no preço, de 38%. O custo médio em outubro do ano passado foi R$ 3,94 - com picos de R$ 5 -, enquanto nesta semana é encontrado por R$ 2,44.
A laranja, que está barata no mercado internacional, também chega mais em conta nos supermercados. Com queda de 20%, o quilo é vendido por R$ 1,46. Entre os legumes, a batata é o destaque, com redução de 8% no custo. O consumidor compra o item por R$ 1,42, em média.
Comprar frutas e verduras da época gera economia de 30% .
Comprar frutas, legumes e verduras da época garante economia média de 30% ao consumidor.
O motivo é que durante o período de safra os alimentos têm melhor qualidade e maior oferta no mercado, reduzindo o custo.
O diretor-presidente do instituto de pesquisa Fractal, Celso Grisi, pondera que se uma família consome boa quantidade desses alimentos, o custo é expressivamente menor quando comparado a outro período do ano.
"Os hortifrúti têm muitas oscilações de preços. Quando têm oferta em abundância, fica mais barato comprar. Se o brasileiro consumisse mais frutas e legumes veria o benefício no bolso", acrescenta Grisi.
LISTA DE COMPRA
Levantamento realizado pela Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo mostra que entre outubro e novembro quem colocar na lista de compras frutas como abacaxi pérola, caju, acerola e bananas nanica e prata vai pagará menos quando comparado aos demais meses do ano.
Entre os legumes, as opções da época são berinjela, cenoura, inhame e pepino japonês. "Todos esses produtos são bons para fazer picadinhos e compor um prato bastante nutritivo", sugere o diretor do Fractal. Por fim, as verduras que são encontradas em abundância nessa reta final do ano nos supermercados e feiras livres são alho-poró, brócolis e espinafre.
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