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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Selic

A expectativa de redução dos juros aumenta
Não se trata de uma decisão fácil. Juros mais baixos levarão ao aumento das pressões inflacionárias. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de setembro, acelerou para 0,53%, acumulando alta de 7,31% em 12 meses. Baixar o juros nesse instante significaria para os agentes econômicos o abandono à política de metas para a inflação e, como consequência, traria um novo aumento do risco-país e uma provável redução dos investimentos externos diretos.
A tentação política é grande. A desaceleração da economia e o próprio comportamento do mercado de trabalho anunciado ontem apontam para irresistível atração de preservar o crescimento econômico em patamares que preservem a popularidade do atual governo. O discurso contracíclico dá apoio à ideia e sugere a necessidade de medidas preservadoras da demanda interna.
A lógica econômica, por sua vez, ensina que crescer com base na expansão dos preços, produz um PIB carunchado. Os ganhos reais da renda são engolidos pelo comportamento dos preços, alimentado a autofagia da demanda, induzida artificialmente pelo abandono à responsabilidade monetária.
O momento inspira cuidados e poderá registrar um ponto de inflexão na curva da austeridade econômica. Sensato seria manter inalterada a taxa de 12% ao ano, sinalizando o compromisso com a estabilidade da moeda, mesmo sofrendo o desgaste de alguns poucos pontos percentuais nos índices de aprovação do atual governo. Deixar-se tomar pela atração  política pode ser fatal.

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