As
demissões começaram
O
setor de serviços apresentou crescimento nulo, no PIB do terceiro trimestre
desse ano. A culpa foi atribuída à área financeira. Instituições privadas foram
menos ativas na concessão de crédito, tendo em vista a inadimplência exagerada nessas
operações. Juros e spreads mais baixos comprometeram a rentabilidade do setor e
as cotações dos papéis dessas instituições na BM&FBovespa despencaram.
Os
primeiros meses de implantação das medidas governamentais para a redução da
taxa de juros foram marcados pela incredulidade dos seus gestores. No segundo
momento, os esforços concentraram-se na redução de custos operacionais. Nessa
semana, dois grandes bancos com operações no país divulgaram seus planos de
demissão. Envolvem, como prevíamos inicialmente, os cargos gerenciais, ocupados
por funcionários mais velhos (portanto, mais caros) e egressos de bancos
comprados. Nesse sentido, a concentração apenas produz os efeitos já
antecipados.
Isso
não basta, embora contribua decisivamente para sobrevivência dos bancos. Será
necessário que essas medidas de austeridade atinjam os conselhos e suas remunerações,
as vice-presidências e, finalmente, as superintendência. A horizontalização
deve encontrar-se com a necessidade de ampliar os fluxos laterais de comunicação,
favorecendo a velocidade decisória e o controle de seus efeitos. Aa estrutura organizacional
tem que passar por um enxugamento inusitado e os processos precisarão ser novamente
revistos.
Sem
alarde, todo o sistema bancário acompanhará as medidas de enxugamento e iniciará
uma nova onda de demissões.
Agora
o problema já não é mais o baixo crescimento do PIB, mas entender o que acontecerá
com o nível de emprego e renda dos trabalhadores.
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