O difícil caminho da retomada econômica
A
Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, referente ao mês de outubro, apontou alta
de 0,9%, quando comparada ao mês anterior. Em relação ao mesmo mês do ano passado a alta foi
de 2,3%.
Os
destaques correram por conta do setor automotivo, com alta de 3,5%,
impulsionado pelos incentivos recebidos nos últimos tempos, e ainda pelos setores
de máquinas e equipamentos e de extração mineral, que também apresentaram
crescimentos, em outubro, de 6,26% e 8,64%, respectivamente.
Esses
números são alentadores, mas não devem esconder o fato de o índice de difusão;
ou seja, o número de setores em crescimento
no mês, ainda ser muito tímido, expressando a vulnerabilidade competitiva da
indústria e seu baixo desempenho face às
expectativas das autoridades econômicas.
Novos
estímulos estão sendo prometidos. Ontem, por exemplo, as medidas anunciadas
alcançaram o setor da construção civil, envolvendo a desoneração da folha de
pagamentos, redução do Regime Especial Tributário de 6 para 4 por cento sobre o
faturamento e ampliação da linha de financiamento ao capital de giro dessas
empresas.
Nesse
caso, fica a impressão de que o governo incentivou quem não precisava de mais
incentivos. A indústria da construção civil apresentou, nos últimos doze meses,
um crescimento de 2,4%, o melhor entre todas as indústrias.
Incentivos
são bem vindos, entretanto para mobilizar os capitais privados o governo
precisa dar claras sinalizações das dimensões estratégicas de sua administração.
O intervencionismo estatal e o artificialismo político em relação à energia
elétrica e aos combustíveis apontam para uma atitude gerencial que contraria à
lógica do mercado.
Investidores
assistem ao comprometimento da previsibilidade dos comportamentos econômicos e
à destruição da organização dessas cadeias, bem como a correta precificação de
seus produtos e demais ativos.
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