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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O crescimento barrado pela inadimplência

Exageros e contradições do crédito excessivo
O país exibe um crescimento do PIB esse ano, pouco maior que 1,0%. É um PIB de construir a miséria e ampliar a pobreza brasileira, uma vez que a população ocupada cresce ao ritmo de 1,7 % ao ano e a população economicamente ativa cresce 1,9% anualmente. Menos riqueza para mais população.
A taxa de desemprego, nessas condições, deveria crescer rapidamente. Não é isso o que acontece. Com produção em queda e baixo consumo era de se esperar por demissões que  só tardiamente começam a pipocar. O desinvestimento mostra o desânimo dos empresários, enquanto a apatia do consumo aponta para um consumidor exaurido pelo crédito excessivo, que endividou mais de 50% das famílias e as faz exibir uma inadimplência espetacular, superior a 7,0%.
Apenas os altos crescimentos da renda real deram algum folego à demanda, sustentando hoje uma taxa de consumo estimada em 2,6% e algumas vezes, combinadas com a oferta de crédito, originaram as chamadas bolhas de preços. O caso dos imóveis é o exemplo mais bem acabado desses malabarismos econômicos.
O quadro já apresenta contornos preocupantes, apenas amenizados pelas festas de final de ano, que tradicionalmente levam maior vigor ao consumo e, lamentavelmente, aos preços.
Exageros no crédito levaram o consumo à exaustão e, nesse instante, pressionam também a inflação, ampliando sua difusão.
Estamos enrascados no emaranhado do crédito inadimplente, baixo consumo, desinvestimento, produção estagnada, aumentos de renda real e desemprego abaixo da taxa natural.
Verdade seja dita, artificialismos não se acertam com os mercados. A política de renda foi meritória, mas claramente descolou-se da realidade produtiva, encarecendo seus custos, para casar-se com o consumo.
O crédito farto e fácil, ofertado pelos bancos públicos, deu sustentação e, em seguida, exauriu o consumo pelo elevado endividamento e pela inaceitável inadimplência que provocou.

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