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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Dólar, a próxima ameaça

Olhe onde pode parar a guerra cambial
As previsões envolvendo a desvalorização do real estão rondando os 10%, para 2013. O governo central, submetido às pressões inflacionárias, não desejaria mais que esse percentual.
O raciocínio oficial é que esses 10% contribuiriam para a recuperação da competitividade industrial e favoreceriam as exportações de commodities, sem produzir maiores pressões sobre os preços, ao longo de 2013.
O governo tem presente  o período de valorização da moeda nacional e recorda-se que, em julho de 2011, seu valor era de 1,54 para cada unidade da moeda norte-americana. Isso garantia que os preços apresentassem um comportamento exemplar e, simultaneamente, determinaria a destruição de parte considerável do parque industrial brasileiro. Uma atitude cinicamente liberal e omissa, ostentada por um governo formado por uma coalizão socializante, de caráter ativamente intervencionista.
Omissões e cinismos deixados à margem das considerações econômicas, o real veio se desvalorizando, obediente a um intervalo entre 1,70 e 1,90, apenas atingindo os 2,00, lá pelo meio desse ano.
Mais para o final desse ano, com a redução dos influxos de capitais, uma nova desvalorização entrou em curso, estabelecendo-se, por meio das intervenções governamentais no mercado de câmbio, um novo patamar entre 2,00 e 2,10.
Para 2013, pode haver uma entrada maior de dólares em função dos capitais internacionais que estariam fluindo para cá, nos processos de privatização anunciados no governo DILMA.
Entretanto, por si só, a entrada desses dólares não deve dar conta de dos objetivos cambiais das autoridades econômicas. Melhor será contar com a hipótese de o dólar alcançar os 2,40 ou 2,45, valor esse considerado como taxa cambial neutra.
A competitividade da indústria seria impulsionada mais fortemente, assim como os preços agrícolas, no cenário internacional, poderiam ampliar a remuneração de exportadores e de produtores rurais, em geral. A inflação nesse momento voltaria a rondar nosso sistema de preços, anulando os efeitos benéficos da desvalorização. Tudo isso pode ser muito provável, sobretudo agora, onde a China começa a retomar seu ritmo de crescimento.

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