Era de se esperar pelo contrário

A crise que não foi oportunidade

Contrariando a visão chinesa de crise, a publicidade na internet também sofreu com a retração mundial.

Os investimentos em publicidade na internet chegaram, nesse primeiro semestre de 2009, a US$ 10,9 bilhões Estados Unidos, 5,3% a menos que os valores registrados, em igual período, de 2008. Os dados são do Interactive Advertising Bureau.



Com a crise, imaginava-se o contrário. Afinal, a taxa de permanência no lar deveria aumentar, o tempo de navegação do internauta americano também deveria aumentar, as pesquisas de preços feitas pelo consumidor na internet deveriam aumentar e, finalmente, as promoções e outras iniciativas de marketing também deveriam crescer. Não foi o que aconteceu!



Os gastos com anúncios para buscas e display advertising (anúncios em banners, imagens, vídeos, entre outras mídias digitais) passaram a representar 81% do total dos gastos do semestre, contra 77% no mesmo período de 2008. Continuam representando a maior parcela do total desses investimentos, muito menos pelo seu crescimento absoluto e muito mais pela redução de outras rubricas dos gastos totais.



Os gastos com publicidade em buscas totalizaram US$ 5,15 bilhões, equivalentes a 47,5% do total, nesse período, expressando um aumento muito discreto em relação aos US$ 5,06 bilhões registrados no primeiro semestre de 2008. Considerados os altos preços da mídia convencional, era de se esperar por resultados melhores. Engano, a crise atingiu a todos, promovendo uma queda acentuada dos preços da concorrência e reduzindo as despesas em publicidade generalizadamente.



Também houve reduções nas despesas com display advertising. Os gastos aqui foram pouco menores, mas acusaram os efeitos dos cortes: recuaram de US$ 3,76 bilhões no período, s US$ 3,78 bilhões, do primeiro semestre de 2008. Representaram 34% do total dos gastos na internet.



A recessão não deixou ninguém incólume. Tsunami ou marolinha, o fato é que nem a internet se salvou.