FMI não está otimista
A previsão é de crescimento. Para esse ano, o mundo crescerá 4,6% e para 2011 apenas 4,3%. A causa dessa redução é atribuída aos baixos desempenhos das economias norte-americana, européia e das maiores economias da Ásia e da América Latina. Trata-se da última atualização do “World Economic Outlook”, publicado essa semana, em Hong Kong, pelo Fundo Monetário Internacional.
A hipótese central é a de que a recuperação dos Estados Unidos está fazendo água e que o desemprego voltará a se alastrar de maneira crônica nessa sociedade, comprometendo a demanda e a renda no país. “Os riscos negativos aumentaram significativamente em meio à renovada turbulência financeira”. “O efeito último poderá ser o de uma demanda global consideravelmente mais baixa”, prenunciou.
A hipótese central é a de que a recuperação dos Estados Unidos está fazendo água e que o desemprego voltará a se alastrar de maneira crônica nessa sociedade, comprometendo a demanda e a renda no país. “Os riscos negativos aumentaram significativamente em meio à renovada turbulência financeira”. “O efeito último poderá ser o de uma demanda global consideravelmente mais baixa”, prenunciou.
De fato, o FMI entendeu que a redução de gastos referentes aos estímulo governamentais para 2011, o crescimento mais lento na produção industrial somados à medidas de redução de déficit na Europa e à queda na confiança do consumidor americano e europeu serão os grandes freios ao crescimento futuro.
Os problemas das dívidas públicas e o sistema bancário europeu “poderão se espalhar por outras regiões” “No futuro próximo”, disse o FMI, “o principal risco é de uma escalada da instabilidade financeira e contágio estimulados pela preocupação crescente com o risco soberano. Isso poderá levar a aumentos extras nos custos dos financiamento e ao enfraquecimento dos resultados empresariais, com um enrigecimento das condições dos empréstimos, acompanhado da queda de confiança dos investidores e de mudanças bruscas nas taxas de câmbio”.
O fundo destacou que os países europeus e os EUA competirão para refinanciar US$ 4 trilhões em títulos públicos que vencem na segunda metade deste ano. Isso faz aumentar a pressão dos mercados financeiros sobre a Grã-Bretanha e países mais fracos da zona do euro – como Portugal e Espanha – para cortarem seus déficits e elevar seus custos de empréstimo.
O FMI advertiu que o “efeito calmante” do fundo de 10 bilhões de euros, estabelecido pelo FMI e União Européia em maio para garantir o pagamento da dívida pública da zona do euro, está “se desgastando”, e apontou que as taxas de juro pagas por países como Espanha e Itália estão subindo mais uma vez em comparação àquelas pagas pela Alemanha.
“No calcanhar dos problemas fiscais da Grécia”, dizia o relatório, “os investidores estão reajustando os preços desses riscos em toda a região”.
O FMI também disse que o sistema bancário está infectado por um “legado de purificação inacabada”, que deixou “bolsões de vulnerabilidade, excesso de capacidade e pouca lucratividade”. Notou que os bancos recuaram em conceder empréstimos uns aos outros, deixando muitos bancos europeus contar com empréstimos a curto prazo do Banco Central Europeu para não afundarem”.
Tudo lógico e racional. E é isso que assusta. Mas o FMI não leva em conta as reações e as medidas de política econômica que podem reverter o seu quadro sombrio. Acho que o FMI agiu como o Dunga e pode perder a sua copa pelas mesmas razões. De modo geral, o outro time reage e evita que se chegue aos resultados anunciados, antes do tempo.
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