Abaixo da meta. Mas razoável,
para esforço anticíclico exigido.
A meta de 3,3% do PIB fixada para o superávit primário dificilmente será alcançada esse ano. Analistas do mercado já falam em menos de 2,5%.Seria desejável que alcançássemos o superávit nominal (isto é, fossemos capaz de pagar também os juros da dívida). Convenhamos, entretanto, que dada a situação atual do mundo e de outros países, até que fomos muito bem.
Os dados Banco Central mostram que a economia do setor público para pagar os juros da dívida está positiva em R$ 40,105 bilhões, que em um fluxo de 12 meses representaria 2,07% do Produto Interno Bruto (algo em torno do déficit da previdência, ou menos que isso). No mês de maio, essa relação estava melhor, em 2,13%. Realmente, e querendo ser apenas justo, não está mau.
Tudo isso não disfarça a realidade: há gastos de mais e investimentos de menos. Os gargalos se estreitaram muito nesses últimos anos. Estradas de rodagem, ferrovias, aeroportos, portos são exemplos típicos dos baixos investimentos que comprometem os custos e a eficiência da logística nacional. Produção, armazenamento e movimentação de materiais subtraem a competitividade do país enquanto o aparelhamento do estado viceja.
Decorrente dessa hipertrofia do estado nacional, a burocracia se auto alimenta, a insegurança jurídica se amplia, a legislação trabalhista impede a modernização das relações sociais, a educação e a saúde completam o quadro do anacronismo nacional. A arrecadação tributária, crescente e injusta como é, disfarça o problema. Apenas disfarça.
O desafio das reformas permanece entre nós, intocado. Elites e governo continuam em namoro, apaixonados. Elas por ele. Ele por elas.
Todos temem uma nova crise na Europa. Ou uma deflação nos Estados Unidos. Ou, ainda, uma implosão da Europa de Leste. Superávit nominal, investimentos dirigidos à competitividade nacional, assim como reformas institucionais podem colocar o país em rota de crescimento acelerado.
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