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quarta-feira, 14 de julho de 2010

Dilemas da vida econômica

As circunstâncias sociais limitam
as decisões econômicas
A agência de classificação de risco Moody's rebaixou o rating dos títulos do governo de Portugal em duas notas, de Aa2 para A1. Também o Zew, índice de confiança alemão, caiu pela terceira vez consecutiva. Por outro lado, o leilão de títulos da Grécia conseguiu levantar € 1,625 bilhões a taxas consideradas como muito boas. Durma-se com um barulho desses!
A Europa continua a mesma. Notícias boas e ruins. Tudo ao mesmo tempo. Os analistas ficam perdidos e os investidores mais ainda. No meu modo de ver o cenário contém perspectivas animadoras. Tivemos duas semanas de más notícias. Agora, algumas notícias começam a mudar as perspectivas e prenunciam um início de recuperação da atividade econômica no ambiente europeu. Portanto, como dizia meu sogro, parafraseando um célebre internacionalista francês, “É urgente esperar”.
Já no Brasil, a Pesquisa Mensal do Comércio mostrou vendas no varejo crescendo 1,4% em maio, em relação ao mês anterior. Esperava-se 1,8%. Sinceramente ,essa diferença não quer dizer absolutamente nada no cenário econômico que vivemos. Esse 1,4% apontam para uma demanda interna muito aquecida, para um bom desempenho do mercado de trabalho e para um consumidor animado para além do razoável. Subir juros parece não dar conta do recado que o superaquecimento nos manda. Os dados de Emprego Industrial da FIESP registram a criação de 15,5 mil vagas em junho, confirmando um aquecimento forte de nossa economia.
Não basta subir juros. Será necessário contingenciar o crédito. (Estou sendo repetitivo?).
Os Estados Unidos apresentaram déficit na Balança Comercial de US$42,27 bilhões, em maio. Surpreendeu o mercado que previa algo em torno de US$39 bilhões. Os analistas norte-americanos têm errado excessivamente em suas previsões. Suspeito que muito dessas previsões procuram injetar ânimo no mercado financeiro e se esquecem de que as frustrações geram efeitos mais cruéis do que conviver com a realidade.
Também foi frustrante conhecer os resultados do Relatório Mensal do Orçamento de junho. O déficit governamental foi de US$68,4 bilhões. Não tem como. O governo tem que garantir a demanda. A consequência natural é o déficit.
Quer saber? O mundo está numa encruzilhada. Se cuidar das contas públicas com a austeridade necessária, cria problemas sociais insustentáveis. Se não o fizer, compromete a veocidade da recuperação e inviabiliza os estados nacionais. O que fazer, então? Temos que conviver com os limites das possibilidades econômicas e sociais, encontrando um ponto de equilíbrio para as duas dimensões da vida em sociedade. Não será nada fácil. Teremos que nos acostumar com essa bipolaridade nas decisões.

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