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quarta-feira, 11 de julho de 2012

Crédito em queda. Economia também.

O ambiente permanece hostil para consumidores e empresarios.
O número de pessoas que demandaram crédito, de janeiro a junho, desse ano, é 7,4% menor que no mesmo período do ano anterior. A informação vem pela mãos da Serasa Experian que ainda informa, para o mês de junho, um recuo de 6,6% em relação ao mesmo mês de 2011.
É um dado muito significativo, considerados os estímulos governamentais, por meio dos aumentos exuberantes do salário-mínimo e dos ganhos conseguidos nos acordos coletivos de trabalho, até agora. Nem mesmo a redução dos juros, as renegociações de dívidas e a portabilidade dos empréstimos contribuiu para a recuperação econômica.
A inadimplência ainda é muito alta e claramente aponta que o consumo e o crédito não são alternativas promissoras para combater a atual retração do mercado nacional.
Então é de se pensar que, se não dá para crescer pela procura, que tal experimentar o lado da oferta? Gostei do programa de compras governamentais e tenho muita simpatia pelas iniciativas de redução de juros, sobretudo quando a inflação oferece uma trégua dessas proporções. Mais 0,5% de baixa hoje, seria uma medida oportuna para o COPOM, sem dúvida.
Entretanto, investimentos suficientes para superação do atual estado de nossa economia pedem mais que isso. Será preciso garantir um clima institucional de contínuo aperfeiçoamento. Não é necessário, todavia, criar de um só golpe, um ambiente favorável. Basta mostrar que o país caminha para isso e os investimentos voltarão ao país.
Nessa lógica, a postura brasileira em relação aos agentes econômicos precisa mudar, mostrando um país mais receptivo aos capitais. De fato, a capacidade de investimento pública e privada nacional é muito baixa para transformar a atual situação de marasmo econômico em prosperidade nacional. E isso requer um ambiente com previsibilidade muito maior que esse oferecido ao investidor. O capital estrangeiro tem que saber como será tratado e tributado, no longo prazo. Precisa da ceerteza de que os contratos serão cumpridos e que as reformas, ou parte delas, estariam realmente sendo encaminhadas. Gostaria de conhecer o planejamento econômico oficial para as atividades econômicas, ouvir claramente dos ministros da República suas convicções sobre o crescimento nacional e desfazer dúvidas sobre os tratamentos ideológicos dados proprietários rurais, banqueiros, montadoras e às questões internacionais mais recentes. Incluir como prioridade, na sua agenda internacional, um país que garante o suprimento de petróleo para a mais sanguinolenta das guerras contemporâneas causa estranheza a todos e distancia o país dos investidores internacionais.
Investimentos são contrários ao autoritarismo econômico, e precisam ver a propriedade respeitada. Há tempo para essas mudanças. Talvez não haja disposição de conviver fora dos limites culturais da ideologia predominante.
Pior, será constatar que o pluralismo, a diversidade e a tolerância foram apenas discursos que não chegaram a ser exercitados e que não serão transformados em diretrizes para as políticas públicas nacionais. Aí será o fim do crescimento econômico, do emprego e da renda.

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