Empresas
têm objetivos próprios
que precisam ser respeitados
Depois
de criminalizar agricultores e lançar banqueiros à execração popular, o governo
federal resolveu punir as empresas de telecomunicações. Agora, ameaça as
montadoras, afirmando que as desonerações foram oferecidas contra a manutenção
do nível de emprego. Fico pensando, então, tratar-se de algum arranjo
cartorial, beneficiando grupos privados, e não de uma política anticíclica,
como havia sido anunciado.
Chantagem
populista, outra vez?
O
governo vai cobrar das empresas que recebem incentivos fiscais a manutenção de
empregos.
Demissões
em montadoras que receberam desonerações tributárias, não devem ser tomadas
como um rompimento a pactos dessa natureza, mas fazem parte da vida empresarial,
no momento em que o ambiente econômico impuser restrições às remunerações dos
capitais investidos. Ferir essa lógica afugenta capitais.
Institucionalmente,
o governo não tem sido feliz em suas decisões ou, pelo menos, na forma de
encaminha-las. Rivaliza-se com os capitais e altera o quadro normativo de
maneira a gerar imprevisibilidades e incertezas.
Reduzir
ou ampliar o IPI para automóveis não pode ser tomado como premio ou punição à indústria
automotiva. Deveria incorporar-se à política industrial de governo, não devendo,
portanto, estar flutuando ao sabor das vontades individuais. Vivemos tempos de autoritarismo econômico que negam o livre mercado e a livre iniciativa. Autoritarismo aprendido em passado recente, nas militâncias e combates marcados pelo arbítrio de poucos. São comportamentos que, aprendidos com os algozes, passam a ser reproduzidos pelas vítimas.
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