União Europeia e Japão:
um olhando para o bolso do outro
A União Europeia
trabalha no sentido de construir um tratado de livre comércio com o Japão, objetivando
encontrar uma nova vertente de crescimento para sua economia anêmica. O Japão,
com iguais propósitos, enxerga nisso a possibilidade de aumentar suas vendas de
veículos e peças para os europeus e, através desse acordo, criar uma
alternativa de crescimento que combata a estagnação econômica que se apossou de
sua vida econômica há longo tempo. “E assim caminha a humanidade”: à base do
oportunismo que, nesse caso, tem características bilaterais.
"A Comissão
Europeia decidiu pedir aos estados membros da União Europeia a aprovação para iniciar
negociações com o Japão", informou o comissário europeu de Comércio, Karel
De Gucht, sem informar, contudo, que consequências teriam um provável acordo
para as grandes montadoras francesas, alemãs, suecas e italianas.Imagino haver dificuldades grandes a serem superadas internamente para aprovação do pedido feito aos estados–membros.
A Comissão Europeia,
embora não tenha explicado como, crê que o acordo poderia criar cerca de 400.00
novas vagas de trabalho em toda a UE.
Entretanto, para “azedar
o bem bolado”, membros da própria Comissão já fazem oposição à ideia do tratado,
entre eles o francês Michel Barnier, representando os serviços financeiros, o
italiano Antonio Tajani, representante da indústria e o alemão Gunther
Oettinger, do setor de energia, sobretudo porque não acreditam que o Japão
retiraria barreiras comerciais e demais restrições de acesso aos mercados
públicos para as empresas estrangeiras.
Vou apenas lembrar que para
ganhar valorizamos mais, podemos perder aquilo que valorizamos menos. Pelo
menos, a boa teoria da negociação diz isso. Pena que, dentro dos dois lados,
quem perde e quem ganha não são as mesmas pessoas. Umas ganharão e outras perderão
e é aí que reside o nó dessa questão.
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