Pesquisa mostra que público de baixa renda opta por serviços desses representantes devido à agilidade
Veículo: Diário de S. Paulo - Data: 03/04 - Eric Fujitahttp://www.diariosp.com.br/Noticias/Economia/3043/Correspondentes+bancarios+sao+aprovados
A chegada dos serviços financeiros à periferia fez a população de baixa renda passar mais longe dos bancos. Uma pesquisa do Instituto Fractal mostra que 92% das pessoas com renda inferior a R$ 800 não têm conta corrente devido ao fácil acesso aos produtos oferecidos pelos correspondentes bancários. Para expandir esse atendimento, as principais instituições que atuam no segmento ampliaram em até 10% o número de representantes junto ao público de menor poder aquisitivo.
De acordo com o levantamento, esses mesmos 92% não fazem questão de abrir a tradicional conta por um simples e bom motivo: estão satisfeitos com a qualidade dos trabalhos oferecidos nos correspondentes.
Entre os serviços mais procurados estão o pagamento de contas de luz, água e telefone, de faturas e recarga para celulares pré-pagos. As instituições com forte atuação nesse ramo são a Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Bradesco e Santander (leia texto nessa página).
“O público dentro dessa faixa de rendimento consegue tudo o que precisa num banco mais perto de casa e, por isso, não precisa de uma conta ou se deslocar para as agências”, explica Celso Grisi, presidente do Fractal, especializado em análises do mercado financeiro. O instituto ouviu duas mil pessoas.
Ainda segundo o estudo, 75,4% dos que estão satisfeitos com os serviços dos correspondentes bancários apontaram a agilidade como um dos fatores mais importantes dessas unidades. Outro quesito elogiado é o horário de atendimento estendido. Esses pontos funcionam após o expediente bancário.
Para Grisi, os bancos investiram fortemente na criação dos correspondentes devido ao custo das transações ser cinco vezes mais baixo.
“Enquanto numa agência convencional custa, em média, R$ 1,50, esse valor é de R$ 0,30 num correspondente bancário”, esclarece. “Além disso, as unidades ajudam a tirar a sobrecarga das agências ao pulverizar o atendimento”.
O superintendente de canais do Santander, Douglas Lucarelli, destacou que a instituição ampliou a rede para 2.750 correspondentes em todo o país no ano passado. O número é 10% superior em relação a 2008, quando o banco contava com 2.500 unidades. “É uma área em franca expansão”, avaliou.
Correspondente bancário há quatro anos, o dono da Elétrica Mazzei, Adilson Paulino, diz que o serviço não só facilitou a vida do público como trouxe vantagens ao local. “O movimento de clientes até aumentou.”
Bancos investem no segmento
Os principais bancos investem pesado na expansão dos correspondentes bancários, de olho no atendimento ao público de baixa renda.
A Caixa Econômica Federal conta com esse serviço nas casas lotéricas e em outros tipos de estabelecimentos.
A instituição tem atualmente 15.531 representantes em todo o país, dos quais 10.284 em lotéricas e 5.247 em outros pontos comerciais. Esse total é 9,62% superior ao registrado em 2008, quando somavam 14.167.
Já o Bradesco atua com o Banco Postal, que funciona nas agências dos Correios. O banco tem 6.067 unidades no país, contra 5.946 em 2008.
O Grupo Santander tem outros 2.750 correspondentes bancários vinculados à empresa, também conhecidos como Pag Perto.
O Banco do Brasil também tem correspondentes bancários em grandes redes de supermercados.
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