EUA: Condições da economia ainda não permitem mudança no juro básico
Veículo: Agência Leia Data: 28/04Gabrielle Moreira e Juliana Santos
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), anuncia hoje, às 15h15 o rumo da taxa básica de juros do país.
Analistas ouvidos pela Agência Leia acreditam a taxa básica de juros continuará em uma margem entre 0 e 0,25%, pois as condições do país continuam frágeis. Para o economista da Sul América Investimentos, Newton Rosa, embora a recuperação da economia venha ganhando força, com os setores de indústria e varejo bem promissores, o mercado de trabalho, mesmo tendo diminuído suas perdas, ainda apresenta dificuldades. "Acredito que o Fed irá manter a taxa atual por um longo período. Para ter uma queda substancial na taxa de desemprego, e voltar ao patamar de 5%, é preciso gerar em torno de 350 mil a 400 mil vagas, o que é pouco provável que aconteça em um curto espaço de tempo. Com níveis de ociosidade elevados, é pouco provável que sejam retirados os estímulos monetários e não deve haver pressa nisso", disse ele.O economista da Mauá investimentos, Daniel Moreira, também acredita na manutenção da taxa de juro atual, e acredita que não haverá nenhum movimento antecipado de mudança. "Recentemente, o que surpreendeu o mercado foi a taxa de redesconto, que passou de 0,50% para 0,75%. Isso não é ligado diretamente com política monetária, é mais uma janela de liquidez. Se aparecer alguma alteração no comunicado, deve vir em torno disso. O [Bem] Bernanke [presidente do Fed] não deve fazer isso na reunião do FOMC, uma vez que não quer sinalizar que trata-se de uma política monetária restritiva, mas sim, uma janela de liquidez".
Para o professor de Comércio Exterior da Fundação Instituto de Administração (FIA), e diretor presidente do Instituto Fractal de pesquisa Celso Grisi, a tendência é pela permanência da taxa e endurecimento no médio prazo na política fiscal. "Neste momento é importante manter o ritmo do governo, que vai resultar em uma recuperação consistente, porém lenta. O governo vai trabalhar na possibilidade de mudanças fiscais, até porque não tem como fechar a equação econômica dos Estados Unidos sem a correção dos déficits".
Na opinião do professor de economia da BSP, Pedro Raffy Vartanian, o motivo da manutenção da política de juros é a fraqueza persistente do mercado de trabalho e da produção. "Mesmo como fim da recessão, a mudança depende de vários fatores, e mesmo que haja uma retomada da economia, a alteração dos juros seria pequena", disse.
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