G-20 não trouxe idéias novas para a reforma do sistema financeiro
A reunião pareceu um palco montado para o desfile do mesmismo. A discussão sobre os riscos da operação bancária chegou a conclusão de que será necessário aplicar um já conhecido e utilizado instrumental de controle: aumentar a quantidade e a qualidade das reservas (temos utilizado o termo provisões no Brasil), trabalhar com limites de alavancagem aceitáveis (o que já é uma realidade entre nós), evitar operações de risco elevado (nossos banqueiros não se utilizam dessas operações). Além dessas medidas consensuais, voltaram idéias como registrar as operações dos mercados de derivativos, criando-se para isso algo semelhante a cartórios para notação dessas operações e exame de suas conformidades com regras a serem criadas (as operações não são reguladas, nem apresentam transparência suficientes) e estabelecer uma taxação adicional para o sistema financeiro, com o proopósito de restituir aos estados o valor aplicado nas intervenções a que se viram obrigados a fazer nas economias nacionais, durante o período da crise mundial ( no Brasil já temos o compulsório e o direcionamento de parte do crédito).Não se cogitou de novas estruturas para normatização e fiscalização em nível global. Não se cogitou sobre novas funções ou novos papéis para os bancos, no mundo. Não se deu entendimentos novos ou novos significados à circulação da riqueza e sua exposição às flutuações cambiais e nem se discutiu sobre a criação de moedas para o comércio mundial. O exercício intelectual foi quase nulo. O raquitismo intelectual apossou-se dos 20 dirigentes das economias mundiais.
Vamos para o segundo aniversário da crise e não demos respostas as suas causas. Estamos perdendo o momento. Depois será difícil circunstanciar as ações do sistema financeiro mundial.
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