DATACENTER PARA BB E CAIXA PODERÁ SER A PRIMEIRA PPP FEDERAL.
Vejam só: o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal lançam hoje o Edital do Complexo Datacenter. O Comitê Gestor das Parcerias Público-privadas, coordenado pelo Ministério do Planejamento, publicou hoje, no DOU, Resolução aprovando a minuta do edital e do contrato.
A PPP proposta para o Complexo Datacenter tem por objeto a prestação de serviços de gerenciamento, manutenção e operação da infra-estrutura predial do complexo que deverá ser compartilhado pelas duas instituições dando maior segurança aos arquivos dos clientes e das duas instituições bancárias. Produzirão, sem dúvida, economias de escala e reduzirão o custo médio dos dois bancos estatais. Será que vão prestar serviços para terceiros? Se sim, deveria ser proibido. Isto caracterizaria concorrência desleal.
O Complexo será construído na chamada Cidade Digital, em Brasília e deverá estar concluído em 2011. O contrato prevê a execução da obra civil (um edifício que abrigará equipamentos de processamento e armazenamento de dados) e a instalação de bens pelo consórcio que vencer a licitação, bem como as atividades de operação e manutenção ao longo do contrato. Haja grana! Um monopólio dentro do Estado. Em tese deveriam prestar serviços ao Estado brasileiro, reduzindo seus custos de processamento de informações. Seria louvável.O Datacenter terá um total de 24.000m2 de área construída dos quais 5.200m2 serão de piso elevado destinado à área de Tecnologia da Informação.
De acordo com o projeto de PPP, serão firmados com a concessionária vencedora do certame dois contratos, sendo o primeiro o de arrendamento do terreno, e o segundo que tratará da prestação dos serviços. Quem constroi o prédio? A iniciativa privada? Com financiamento do BNDES, do BB ou da CEF?
O prazo de vigência do contrato é de 15 anos e o valor máximo do contrato será de pouco mais de R$ 1 bilhão de reais, sendo que o investimento inicial previsto supera R$ 260 milhões. Com o encerramento do contrato todas as benfeitorias edificadas no terreno passarão ao controle das Consorciadas: Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Tudo cheira mal. É capaz de dar como vencedor uma Fundação ligada ao PT.
De acordo com o projeto encaminhado pelo BB e Caixa, a parceria vai permitir, entre outras coisas, a simplificação da gestão; a agregação de expertise, agilidade e eficiência do parceiro privado. Parece correto,
E, mais, a simplificação, durante toda a vigência do contrato, dos processos para adequações que vierem a ser necessárias na infra-estrutura predial. Acredito, também. As vantagens destacadas no projeto são a redução do risco de continuidade; o compartilhamento dos riscos com o setor privado; a garantia da continuidade dos negócios, mesmo em caso de desastres; a redução dos riscos operacionais; adesão aos normativos internacionais (Basiléia II) e, também o não investimento de vultosos recursos.
Acredito em tudo isso. Aprovo, pessoalmente, a iniciativa. Só não pode correr fora da raia. Caso contrario, temos um caso ce concentração econômica.
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