Feijão, tomate e batata pressionam
preço da cesta
Veículo: Diário do Grande ABC - Data: 12/09/2011
Jornalista: Alexandre Melo
ECONOMIA
Quem for às compras nesta semana deverá notar que a
maioria dos 64 produtos que compõem a cesta básica ficará mais cara. Em relação
à pesquisa anterior da Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo
André, houve aumento de R$ 9,36. Os itens são encontrados nos supermercados por
R$ 363,81.
Os preços dos alimentos, principalmente o do
feijão-carioca, da batata e do tomate, estão média 18% mais caros. Segundo o
diretor-presidente do instituto de pesquisa Fractal, Celso Grisi, o valor baixo
pago ao produtor de feijão nas safras anteriores desestimulou o cultivo do
grão. "A temporada de chuvas também retardou a colheita. Assim, há menos
produtos no mercado." O quilo do feijão aumentou, em média, R$ 0,40,
chegando a R$ 2,60.
Para o especialista em grãos da Bolsa de Cereais
Rui Roberto Russomano, o aumento no preço final do feijão é atípico, haja vista
que o valor pago ao produtor não aumentou. "A tendência é que o preço
fique estável. Nas próximas semanas os consumidores terão à disposição grãos
novos, mais fáceis para cozinhar", destaca.
No caso do tomate, a temperatura baixa registrada
nas últimas semanas nas regiões produtoras do Norte paulista prejudicaram a
produção. Isso porque o fruto necessita de calor acima de 20ºC para amadurecer.
O preço médio do quilo foi de R$ 2,91 para R$ 3,42 (diferença de R$ 0,51). A
boa notícia é que nos próximos 15 dias virá nova safra e os preços tendem a
recuar.
Com a batata mais cara nesta semana, a opção para o
consumidor é substituí-la pela mandioca. Em vez do tomate, o consumidor pode
comprar pepino, beterraba ou abobrinha, que estão com valores mais atrativos ao
bolso, sugere Grisi.
O executivo da Fractal pondera que algumas
variedades de banana também encareceram devido às chuvas excessivas no Vale do
Ribeira, em São Paulo. Entretanto, a pesquisa da Craisa aponta preços 3,61%
menores. O quilo da fruta é vendido por R$ 1,87 ante R$ 1,94 na semana anterior
(R$ 0,07 a menos).
ALTAS E BAIXAS - Entre os destaques da pesquisa
feita pela equipe da Craisa está o frango resfriado. O quilo da mistura caiu
10,09%, com preço médio de R$ 4,01. Entre os cortes bovinos, o acém também
ficou 1,40% mais em conta nos supermercados, custando R$ 9,84. Outros itens
como bolacha maisena e farinha de mandioca torrada formam o grupo das
principais quedas.
O economista da Fractal alerta que os consumidores
deverão preparar o bolso, pois nos próximos meses alimentos como o arroz e o
amendoim terão os preços reajustados. O motivo é que a área de produção dessas
culturas foi diminuída por causa do preço ruim pago nas safras anteriores.
Hortifrúti da época ajudam a economizar 30%
Comprar frutas, legumes e verduras da época pode
garantir economia média de 30%. A razão é que durante o período de safra, os
alimentos têm melhor qualidade e maior oferta no mercado, o que reduz o custo.
"Os hortifrúti têm muitas oscilações de preços. Quando tem oferta em
abundância, fica mais barato comprar", diz o diretor-presidente do
instituto de pesquisa Fractal, Celso Grisi.
O consumidor que durante o mês de setembro colocar
no carrinho frutas como laranja, caju e banana-nanica gastará menos. No caso da
banana, as fortes chuvas no interior de São Paulo elevaram o preço
momentaneamente.
Para a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais
de São Paulo, a expectativa de clima mais ameno e incidência menor de chuvas
nas regiões produtoras, os legumes e verduras deverão apresentar elevação do
volume ofertado e recuo dos preços.
Na pesquisa da Craisa, no entanto, apenas a banana
teve redução no valor nesta semana. Os demais itens de hortifrúti tiveram altas
entre 4,75% e 18,18%.
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