O panorama do crédito mudou no
Brasil, no meio do 3º trimestre.
A mudança
foi rápida e chegou pelas mãos da recessão mundial. Todo ambiente creditício
nacional transformou-se e impôs revisões das políticas expansionistas e das
estratégias de ganhos de share. A
cautela em relação ao crédito tornou-se aguda e generalizou-se entre os
players.
O
crescimento da inadimplência que a Fractal vinha anunciando em seu GuideNews
acentuou-se de forma preocupante No mês de julho a Serasa apontou alta de 3,0%,
repetindo a alta de 2,9% de junho para julho. A alta nos últimos 12 meses (agosto
2010-agosto 2011) foi de impressionantes 29,2%, enquanto sua expansão no ano (janeiro
2011-agosto de 2011) alcançou os 23,4%.
Os
dados,longe de semear pânico, estimularam, entretanto, os grandes bancos a
ampliar o rigor e a cautela nas aprovações de crédito. Seus fundamentos para
essa decisão lastrearam-se em:
1) Redução da
criação de empregos com carteiras assinadas. O Caged mostra a criação de
190.446 empregos formais, em de agosto de 2011, número esse quase 40% abaixo do
registrado em agosto de 2010 (299.415). A meta do Ministério para este ano, de
3 milhões de novos postos com carteira assinada, revelou-se inexeqüível e está
sendo revisada.
2) Manutenção
das pressões inflacionárias (serviços e alimentos). A persistência
inflacionária atinge itens relevantes do orçamento familiar. Anulam boa parte
dos aumentos concedidos.
3) Elevado
endividamento familiar. Pesquisa Ipea, de agosto, mostra que 54% das famílias
brasileiras apresenta dívidas com valor médio superior a R$5.400. A Pesquisa
Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, da Confederação
Nacional do Comércio aponta que 62,5% das famílias brasileiras apresentam algum
tipo de dívida. Esse número é superior aos 59,1% de agosto de 2010.
4) Valor
crescente das dívidas, em praticamente todas as modalidades de crédito, segundo
a Serasa, em agosto.
5) Renda
real da família. O Ipea aponta que a taxa do rendimento médio real percebida ao
longo de 2011, vem caindo em consequência de uma taxa mais elevada de inflação,
no primeiro trimestre.Aponta que a disparidade entre ganhos salariais e
produtividade é uma a principal causa da aceleração da inflação.
6) Redução
do ritmo do nível de atividade econômica. Micros, pequenas e médias empresas
podem apresentar expressivas deteriorações de seus níveis de capitalização e de
reservas de caixa. Passam a representar, portanto, riscos mais altos.
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