Standard and Poor's pretende mudar sua forma
de avaliar o risco
bancário
Já estava claro que as avaliações de risco ficaram desmoralizadas pelos
sucessivos episódios ocorridos no mundo empresarial, depois da crise de 2008. Tornou-se
necessário mudar os procedimentos, critérios e outros elementos das metodologias
de avaliações ou as agências de risco, cujas imagens encontram-se muito
desgastadas, serão substituídas por outras instituições mais estruturadas e confiáveis.Chego a supor que uma alternativa seria
recorrer às Universidades, ou suas fundações, cujos rigores metodológicos são, de
maneira geral, superiores a outras instituições e sempre pouco vulneráveis nas relações
com os demais agentes econômicos.
Para se
ter uma idéia, a própria S and P estima que a mudança que está planejada poderia levar a metade dos maiores bancos
mundiais a um rebaixamento considerável em suas notas de solvência e em suas
atividades creditícias. A S and P pensa agora em fazer o que sempre deveria ter
feito: dar transparência a suas avaliações e, com isso, orientar de forma segura
as análises das instituições financeiras. Adicionalmente, a Ssand P entende que
suas análises apoiarão essas instituições na
proteção de seus capitais, possibilitando a cobertura de perdas eventuais.
Iniciativa
semelhante, mas bem mais modesta, já havia sido tomada pela Moody’s, em 2009. Em
2010, a Fitch também havia promovido uma atualização de sua metodologia.
A
intenção é louvável e os esforços das três agências não podem ser minimizados.
Todavia deixaram à margem questões mais relevantes, como o inevitáveis conflitos
de interesses a que estão submetidas.
Questão que, se não resolvida, manterá o
desprestígio em que as agências estão megulhadas e que, de igual maneira, atingiram as
auditorias internas e externas, as áreas financeira e contábil das empresas e, pior de tudo, acionistas, conselhos e todos, os seus membros, pessoalmente.
Difícil crer que depois de tantos esforços para introjetar nas companhias o conceito de governança, remanesçam pendentes problemas envolvendo elementos éticos basilares.
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