Forte vigilância pode ser apenas desculpa
para a decisão anterior
Enquanto o mundo continha suas taxas de
juros perto de zero, para assegurar um alto nível de liquidez a seus sistemas
econômicos, o Banco Central Europeu subiu sua taxa de juros para 1,25%.
Precipitou-se, certamente.
O mundo usou as taxas baixas como
instrumento para aceleração da recuperação econômica. Como medo da inflação, o
BCE precocemente agiu da forma mais conservadora possível, elevando o juro
europeu. Deu no que deu: crescimento muito baixo em toda região.
Ontem o BCE anunciou que manterá
inalterada sua taxa nos mesmos 1,25% e, simultaneamente, anunciou sua nova
perspectiva para o crescimento da economia europeia esse ano. As previsões
crescimento do PIB, dos 17 países que formam a Zona do Euro, passaram de 1,7% em
março, para 1,9% em junho. Não refresca nada, mas também não esquenta.
Com suas costumeiras caras e bocas, Jean-Claude
Trichet, o precipitado presidente do BCE, disfarçou, afirmando a necessidade de
"forte vigilância" sobre o comportamento dos preços. Quer nos fazer
crer que a decisão anterior de subir as taxas de juros foi acertada.
E, reafirmando suas inconvenientes antecipações aos fatos, voltou a opor-se
às propostas de reestruturação compulsória da dívida da grega.
Tornou-se um desnecessário dissidente da
nova onda de austeridade europeia. Sem dúvida, mais um colecionador de conflitos
inúteis.
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