Um programa para quem gosta de música:
apenas um caso de paixão
Programa:
Henry Purcell (1659-1695)
Henry Purcell (1659-1695)
Welcome, vicegerent of the mighty king
Ode de boas-vindas ao rei
A Tempestade:
Música incidental para a peça de
William Shakespeare
Solistas:
Sopranos: Antonieta Bastos, Berenice Barreira, Narilane
Camacho, Rosana Amado
Tenor: José Palomares ; Baríitono: João Vitor; Baixo:
Fernando Coutinho
Narrador: Fernando Grecco
Direção Artística e Regência: Alberto Cunha
31 de março
- 20h
Teatro
Municipal de Osasco
Av. dos Autonomistas, 1533 – Centro –
Osasco
01 de abril
– 12h
Auditório do
Instituto de Artes da UNESP
Rua Dr Bento Teobaldo Ferraz, 271 –
Barra Funda
Duração: 1h30min
ENTRADA FRANCA
A TEMPESTADE
Na Inglaterra do século 17, era muito
comum a realização de obras teatrais e musicais para entretenimento do rei e da
nobreza. Havia dois teatros estabelecidos em Londres com o aval da monarquia,
que mantinha também um conjunto de cordas e o coro da Capela Real. Todas as
datas importantes do calendário, particularmente o Ano Novo e o aniversário do
soberano, bem como ocasiões especiais, como bodas, inaugurações e nomeações
políticas, eram brindadas com música composta especialmente para essas
efemérides. Nosso concerto se inicia com uma ode de boas-vindas ao rei, quando
este retornou a Londres, após passar o verão no campo. “Welcome, Vicegerent of
the Mighty King” é a primeira de uma série de odes comemorativas escritas por
Henry Purcell, o mais importante compositor inglês dessa época. A obra
apresenta uma abertura nos moldes das aberturas francesas de Lully e diversas
seções corais em escrita basicamente homofônica, entremeadas de ritornelos
instrumentais sugerindo números de dança.
Dentre a vasta produção musical de
Purcell, destacam-se também suas composições para o teatro, desde canções
avulsas até a primeira ópera inglesa (“Dido e Enéas”). No caso de “A
Tempestade”, a música foi escrita com base na peça de William Shakespeare
modificada por John Dryden, um dramaturgo muito atuante no Teatro de Lincoln’s
Inn Fields. Dryden reescreveu a peça de Shakespeare, acrescentando várias
personagens inexistentes no original e criando novas cenas. A música escrita
para essa peça era executada nos intervalos entre cenas e entre atos,
envolvendo personagens secundárias ou apenas o coro. Devido à falta de fontes
autênticas (o manuscrito original está perdido), não se pode afirmar
categoricamente que a música para “A Tempestade” seja de Purcell (exceto a
canção “Dear pretty youth”, que foi publicada separadamente como de sua
autoria). A despeito dessa incerteza, a partitura exibe vários gestos
composicionais característicos de Purcell. A peça tem início com uma abertura
francesa, e contém diversas árias de grande dificuldade técnica, como aquelas
dos solistas masculinos, mas também números de intensa expressividade, como a
ária “Dry those eyes” e o dueto final com coro “No stars again shall hurt you”.
Alberto Cunha
Coral Universidade de São Paulo
Tel.: (55) 11 3091-3930/5071 - http://www.usp.br/coralusp - coralusp@usp.br
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