Estados Unidos ainda não convencem
Os juros nos Estados Unidos não conseguem apresentar crescimentos consistentes. A economia avança em vôos de galinha.
A autoridade monetária
norte-americana entende que a enorme liquidez produzida nos últimos períodos é
absolutamente necessária à modesta e frágil recuperação do país. E é por isso que os juros não
devem subir nesse ano.
De fato, não há mudanças
estruturais na economia dos Estados Unidos que possam fornecer expectativas de
crescimento sustentável para o médio prazo. Os déficits gêmeos (externo e interno)
permanecem sem nenhuma solução encaminhada,
a taxa de desemprego mantém-se muito elevada, acima dos 7,0%, e o mercado
imobiliário ainda mostra-se extremamente vulnerável com a publicação dos dados recentes
sobre o desempenho desse setor.
Ontem um conjunto de notícias
evidenciaram as vulnerabilidades da economia do país: o índice de
preços de imóveis cedeu 3,8% no mês de janeiro; a confiança do consumidor
mostrou-se em recuo, conforme apontou o Conference Board, regredindo dos 71,6
pontos, em fevereiro, para 70,2 pontos, no mês de março; o índice de atividade
do Fed de Richmond caiu de forma assustadora, vindo dos 20 pontos para apenas 7
pontos, em relação à última medida.
Nessa
altura, uma alta dos juros seria fatal para o combalido mercado imobiliário e certamente puniria o consumo que vive de seus poucos e
ocasionais suspiros.
Os Estados Unidos precisam
atuar no consumo, mas não só nele. Medidas fiscais mais fortes, voltadas à
oferta, poderiam ampliar investimentos e o emprego, combatendo o estado de
marasmo econômico em que os agentes se encontram.
Enquanto isso, no Brasil, o governo
mostra-se esperançoso em relação às mais recentes medidas cambiais e reedita a
referente à taxação de IOF em
operações de empréstimos e captações no exterior com prazos inferiores a cinco
anos. Mesmo assim, internamente, o real não se enfraquece. Faz pensar se não é
ora de utilizar alguma outra arma do arsenal do ministro Mantega.
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