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sábado, 3 de março de 2012

O carnaval acabou. Fevereiro também.

Recuperar perdas é sempre difícil
e demorado
O Ibovespa terminou fevereiro com alta de 4,34%. Em janeiro, já havia registrado alta e ainda maior: 11,13%. Alcançamos, no encerramento do segundo mês do ano, a impressionante marca de 65.811 pontos, refletindo o vigor do mercado nesse início de ano. A alta acumulada arranhou os 16%.
Foi uma recuperação grande e rápida. Ainda incapaz de repor todas as perdas acumuladas em 2012. Ficou devendo, em relação aos últimos 12 meses, alguma coisa muito próxima dos 2,4%. Bolsa não é negócio fácil e é por essas e outras razões que prefiro ser mais cauteloso: para ganhar dinheiro nesse jogo é preciso comprar no momento em que os preços estiverem baixos e esperar por um período que pode ser longo ou muito longo, até que as altas signifiquem lucros mais expressivos.
A causa maior dessa alta foi a entrada de capitais externos. O saldo de recursos externos no primeiro mês do ano, na  Bovespa, bateu os R$ 7,17 bilhões. No final de fevereiro já havia recuado. Ficou na casa do R$ 6,10 bilhões. Os resultados só não foram melhores em razão da interminável discussão sobre a dívida grega. A dúvida estava entre o calote e o calote “chapa branca”. Deu o segundo, com as bênçãos da comunidade européia, e tudo se pôs provisoriamente em sossego, dando fôlego para novas especulações sobre a manutenção da tendência altista.
Foram € 130 bilhões, no pacote de ajuda ao governo helênico e mais € 529,5 bilhões, dirigidos à 800 instituições financeiras na Europa, pelo prazo de três anos. Sabe-se lá, agora, o que esses bancos vão fazer com esse caminhão de dinheiro. Os receios dos analistas é justamente esse. Os bancos podem injetar, pelo  menos parte desses recursos, na vida produtiva européia, fazendo empréstimos às empresas ou, assustados, podem deixá-los depositados no BCE. Essa liquidez teve o objetivo de socorro aos bancos e, subsidiariamente, de dar início à recuperação da região. Por lá, a inflação pode recrudescer.
Por aqui,uma consequência, pelo menos, a presidente Dilma já antecipou e saiu em defesa da moeda nacional. Mexeu no IOF de capitais entrantes.
Por outro lado, a Moody’s, vendo o jogo ganhar força, calçou a chuteira e entrou em campo, rebaixando os ratings de um conjunto de países Europeus. São destaques aí: Espanha, Itália e Portugal. Em seguida, atribuiu perspectivas negativas às notas máximas “AAA” da França, do Reino Unido e da Áustria. Outra vez chegou atrasada.
A situação desses países realmente não era boa, mas, com a desvalorização da moeda européia, as exportações ficarão  mais competitivas e a tendência é de que esses países voltem às exportações e encontrem nelas, uma vertente de recuperação econômica. De fato, a Moody’s está atrasada, outra vez. Para completar o vexame, pôs em revisão 114 instituições financeiras, em 16 países, para um eventual e ameaçador rebaixamento. Justo agora que foram socorridas.
Na América do Norte temos a comemorar a divulgação dos resultados sobre os pedidos de seguro-desemprego. Foram melhores que os esperados. Por fim, tivemos a fala desanimadora do presidente do Fed, o sr. Bernanke,  dando conta que a economia do país cresce em ritmo moderado, mas que ainda padece de alguma consistência.
O mês acabou e a primeira semana de março, também.

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