Banco
Central superestimou os efeitos da crise mundial sobre a economia nacional?
Difícil
dizer se, de fato, o Banco Central ao baixar em 0,75 pontos percentuais e
anunciar que a taxa deve cair até os 9,0% ao ano, teria se precipitado ou não.
O
canário externo ainda é muito complicado, mas tem apresentado recentemente sinais
de recuperação mais consistentes. É muito pouco provável que a demanda mundial
possa reagir expressivamente nos próximos meses e foi essa convicção estimulou
as decisões de política monetária.
O
quadro brasileiro aponta que a atividade econômica interna enfraqueceu-se muito
rapidamente, com claros reflexos no mercado de trabalho, na arrecadação e na
demanda agregada nacional.
A
autoridade monetária entendeu que a inflação deu alguma trégua em função do movimento desinflacionário que chega ao país
pelas mãos dos movimentos de preços nos
mercados internacionais. Sabe também que os preços administrados (transporte
urbano, eletricidade, etc.) darão apoio à estabilização dos preços internos, permitindo
que a inflação anual fique em torno de 5,0%, em 2012.
Baseado
nesse contexto agiu agressivamente do ponto de vista monetário e iniciou um
esforço para estender as desonerações de folhas de pagamentos a um número maior
de setores industriais. O objetivo, que a essa altura mais parece um desejo, é
que o PIB cresça 4,0% esse ano.
Dizer
que o Bacen errou é que me parece precipitado. Os gestores da economia podem
ter errado, mas agiram com base em uma lógica econômica irreparável. As decisões
tomadas precisam ser monitoradas e seus efeitos serão analisados e entendidos
nos próximos meses. Se foram certas ou erradas, o tempo nos dirá. Dilemas não pode paralisar o governo e retardar suas decisões.
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