Um plano para dançar
A
economia vinha se arrastando em recuperação lenta, incapaz de reduzir a elevada
taxa de desemprego do país. As pressões aumentaram e tornaram-se mais visíveis com
a proximidade das eleições presidenciais. Já não havia clima para o Fomc se esconder
atrás de uma eventual inflação futura. Aprovou, então, mais um QE, o terceiro
da série, envolvendo questões amplamente discutidas nas últimas semanas.
Aprovou a
compra mensal de US$ 40 bi em ativos hipotecários, conhecidos pela alcunha de mortgage-backed securities e
identificados no mercado financeiro pelas iniciais das palavras que compõem seu
terrível nome, MBS. O programa de aquisição desses títulos não tem data fixada
para seu término.
Falando
francamente, esse programa, de características cartoriais, pode incentivar a
recuperação dos mercados de imóveis novos e usados. Talvez agora o
norte-americano volte ao mercado imobiliário, desde que os preços continuem
atraentes e os prazos de financiamentos façam as parcelas ficarem do tamanho de seus bolsos vazios.
Para evitar dúvidas futuras e reforçar as decisões privadas de investimentos, o Fmoc estendeu o prazo para manutenção das taxas de juros, próximas a zero, até o fina do primeiro semestre de 2015. Nesse caso o Comite entrou em terreno pantanoso, muito dicutido na reunião do Fed em Jackson Hole, em Wyoming, dessa semna que passou.
Parte considerável dos tabalhos apresentados nas discussões sobre as baixas taxas
de juros nega a eficácia da medida e não vê vantagens, mas apenas custos
adicionais, nessa extensão. Pior, temem pela inflação que a medida possa
desencadear. Para o Fmoc, a atividade econômica é tão baixa que não há motivos
para temer o comportamento dos preços.
A
operação Twist continua. O Fed venderá títulos de menor prazo, que estão em sua
carteira, e comprará papéis com vencimentos mais longos, aumentando a oferta de
moeda na economia, para reduzir as taxas de juros. São US$ 85 bilhões, por mês,
até o final do ano, representando um incremento no valor de US$ 45 bilhões
mensais, do programa atual de compras de títulos.
Nesse último ponto, a discussão sobre os efeitos
inflacionários traz conclusões óbvias. A liquidez ficará excessiva, o governo estará
ainda mais pressionado em sua dívida interna e o dólar submetido a novas
pressões baixistas. E a razão para tudo isso é óbvia também, pois o financiamento desses
valores adicionais exigirá a emissão de papel moeda para dar conta de todo esse
recado. Mas, enfim, em ano eleitoral é melhor que a população comemore: Let’s twist again. Come on
everybody! Clap your hands! All you looking good!
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