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domingo, 16 de setembro de 2012

Come on everybody

Um plano para dançar
A economia vinha se arrastando em recuperação lenta, incapaz de reduzir a elevada taxa de desemprego do país. As pressões aumentaram e tornaram-se mais visíveis com a proximidade das eleições presidenciais. Já não havia clima para o Fomc se esconder atrás de uma eventual inflação futura. Aprovou, então, mais um QE, o terceiro da série, envolvendo questões amplamente discutidas nas últimas semanas.
Aprovou a compra mensal de US$ 40 bi em ativos hipotecários, conhecidos pela alcunha de mortgage-backed securities e identificados no mercado financeiro pelas iniciais das palavras que compõem seu terrível nome, MBS. O programa de aquisição desses títulos não tem data fixada para seu término.
Falando francamente, esse programa, de características cartoriais, pode incentivar a recuperação dos mercados de imóveis novos e usados. Talvez agora o norte-americano volte ao mercado imobiliário, desde que os preços continuem atraentes e os prazos de financiamentos façam as parcelas ficarem do tamanho de seus bolsos vazios.
Para evitar dúvidas futuras e reforçar as decisões privadas de investimentos, o Fmoc estendeu o prazo para manutenção das taxas de juros, próximas a zero, até o fina do primeiro semestre de 2015. Nesse caso o Comite entrou em terreno pantanoso, muito dicutido na reunião do Fed em Jackson Hole, em Wyoming, dessa semna que passou.
Parte considerável dos tabalhos apresentados nas discussões sobre as baixas taxas de juros nega a eficácia da medida e não vê vantagens, mas apenas custos adicionais, nessa extensão. Pior, temem pela inflação que a medida possa desencadear. Para o Fmoc, a atividade econômica é tão baixa que não há motivos para temer o comportamento dos preços.
A operação Twist continua. O Fed venderá títulos de menor prazo, que estão em sua carteira, e comprará papéis com vencimentos mais longos, aumentando a oferta de moeda na economia, para reduzir as taxas de juros. São US$ 85 bilhões, por mês, até o final do ano, representando um incremento no valor de US$ 45 bilhões mensais, do programa atual de compras de títulos.
Nesse último ponto, a discussão sobre os efeitos inflacionários traz conclusões óbvias. A liquidez ficará excessiva, o governo estará ainda mais pressionado em sua dívida interna e o dólar submetido a novas pressões baixistas. E a razão para tudo isso é óbvia também, pois o financiamento desses valores adicionais exigirá a emissão de papel moeda para dar conta de todo esse recado. Mas, enfim, em ano eleitoral é melhor que a população comemore: Let’s twist again. Come on everybody! Clap your hands! All you looking good!

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