No passado, as condições econômicas desviaram as funções dos Depósitos Compulsórios
A redução nos depósitos compulsórios em R$
30 bilhões não foi uma medida desarticulada. Ao contrário, ao injetar esses
recursos na economia nesse momento, a medida teve duplo objetivo. De um lado, a
decisão permite estimular, pela ampliação da liquidez do sistema econômico
nacional, a recuperação brasileira, ainda muito moderada. Por outro, o Banco
Central criou estímulos adicionais para fomentar os grandes bancos a adquirirem
carteiras de crédito dos bancos menores, bem como os títulos emitidos, como as
letras financeiras. Esses R$30 bilhões representam de 8% dos depósitos
compulsórios totais.
Há muito tempo os depósitos compulsórios
deixaram de cumprir sua missão de prover o Banco Central dos níveis de reserva que
assegure aos depositantes e à sociedade das quebras de instituições
financeiras, seus contágios e demais riscos sistêmicos.
Os sucessivos aumentos que nos levaram a
quase R$ 400 bilhões em depósitos compulsórios, tiveram inspiração no combate à
inflação. Um desvio de função compreensível e que, por meio dessa liberação,
inaugura uma primeira iniciativa ortodoxa do Bacen, integrada aos cortes na Selic, com vistas à redução nas taxas praticadas junto aos consumidores. Dessa vez,
acompanhada de uma compensação positiva para os bancos, à medida que auxilia na
redução dos custos de captação.
Finalmente, há que se admitir que a decisão
pode impulsionar o crescimento dos empréstimos, que somadas à redução nas taxas dos empréstimos, promoverá a melhoria da qualidade do crédito.
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