É tempo de juros e spreads menores (2)
Voltando à discussão da postagem anterior, quero lembrar que bancos
podem crescer buscando segmentos em expansão no mercado nacional. Esses incluem
principalmente os segmentos de rendas mais baixas, capazes de dar escala a sua
operação e diluir seus custos fixos. Também, podem buscar pelos segmentos dos
mais abastados, conhecidos por private banking, e que crescem em velocidade
elevada no país. Embora não seja grande o número desses clientes, eles aumentam
rapidamente e suas operações apresentam sempre grande valor.
Outros
segmentos de pessoas físicas, embora amplamente disputados, não são
desprezíveis, mas exigiriam esforços de renovação dos portfólios de produtos e
serviços oferecidos e a concepção inovadora dos modelos de negócios atuais.
Os
segmentos empresariais, embora estejam associados a riscos ainda elevados,
promete crescer em futuro próximo, alimentando um conjunto de operações que
exigiram em passado recente grandes investimentos e que foram se escasseando ao
longo dos últimos tempos.
Qualquer
que seja a estratégia, em todos os casos, o problema da lucratividade bancária passará
pelo combate aos altos custos operacionais, criados a partir do pressuposto de que
juros e spreads se manteriam em
patamares generosos indefinidamente no país. A crença na permanência da ordem
econômica nesse setor, por excesso de otimismo ou confiança, estimulou a
expansão dos investimentos e custos bancários. Será preciso reduzir os custos
dessas operações, sobretudo, a partir do reconhecimento de que eles são
estruturalmente inaceitáveis, conquanto sejam naturalmente agravados pela
dimensão geográfica do país e pela dispersão de sua população por esse
território.
Nenhum comentário:
Postar um comentário