Por que não internacionalizar?
Como
alternativa aos esforços de ampliação da receita e redução de custos, os bancos
precisarão buscar por mercados novos fora do país. Esses mercados ainda remanescem
ativos em países emergentes. Para os bancos nacionais, a proximidade geográfica
e psicológica recomenda uma ação prioritária na América Latina: México, Chile,
Colômbia e Peru. A desorganização institucional, no campo trabalhista e
político, não recomenda a Argentina. Paraguai e Uruguai são economias pequenas
e imaturas, mas não precisamos ignorá-las. Sistemas, estruturas, pessoas e
outros recursos dos bancos brasileiros podem ser alocados para atividades de
originação, processamento, distribuição de operações no exterior, assim como
para todas as atividades de análise de riscos de crédito e de negócios. A
tecnologia está disponível e as competências instauradas nessas organizações, pelo
menos para suportar o momento inicial. Por que dispensar pessoas, ao invés de
aproveitá-las em operações internacionais que possam absorver custos já
existentes e produzir receitas e lucros adicionais?
É
hora de voltar os olhos para outros mercados no Caribe, na África e no Leste
Europeu. Nesse último caso, pensando em horizontes mais amplos e em remunerações
mais distantes.
É
também hora da superação de barreiras culturais e de rompimento com o conforto profissional
dos negócios apenas domésticos. Não foi assim na indústria automotiva? E não
foi assim, na indústria da química, petroquímica, de máquinas e equipamentos e de
outros tantos caso de sucessos?
Preciso
registrar uma última possibilidade estratégica, concebida e abortada no governo
Lula e que, pessoalmente, me empolga por me fazer crer em uma nova era para o
sistema financeiro nacional: o projeto Ômega. Esse projeto faria do Brasil um
grande e respeitável centro financeiro regional, capaz de se rivalizar com
Miami, e acabar com as pretensões chilenas de ocupar essa posição no mundo das
finanças regionais. Marcaríamos o país como referência mundial em termos de
governança e regulação bancária e elevaríamos nossa moeda ao patamar da plena
conversibilidade. Um esforço adicional do governo poderia nos fazer alcançar o
superávit nominal, requerido por essa proposta. A taxa de câmbio continuaria
sendo formada por sua livre flutuação, respeitados limites que a própria Suíça
deu a sua moeda. A inflação estaria necessariamente comprometida com sua meta e
seria definida pela fixação de seu centro.
Bancos
apresentam grandes horizontes de crescimento. Será preciso prossegui-los. Para
isso, convém lembrar que o respeito às condições ambientais, e não o conforto,
é regra de ouro na gestão de negócios.
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