Relatório Bancário realizou seminário sobre“Análise da Crise Global & Risco de Crédito no Brasil”
Revista Relatório Bancário: Seminário patrocinado pela ATP e Wittel, o evento contou com a presença de dezenas de profissionais do setor bancário.
Última palestra do seminário:Fechando o seminário, o professor Celso Grisi, presidente da consultoria Fractal, trouxe uma visão holística sobre o conceito do comportamento do crédito e do consumo pelas classes sociais e segmento corporativo. Antes, porém, conceituou as classes sociais e apresentou gráficos de distribuição das mesmas por diversos critérios, como renda e região, além de interesses e demandas. As camadas de renda intermediária (C e B) demandarão crédito apenas para produtos associados aos setores de imóveis)troca), construção civil (aquisição), serviços de saúde e educação, alimentos, eletrodomésticos, vestuários, carros novos (versões básicas e modelos econômicos).
Já as camadas mais privilegiadas (A2/A1) tomarão crédito apenas para manter liquidez ou aproveitar promoções, sempre que suportadas por taxas reduzidas de juros nas áreas de turismo, marcas Premium, carros importados, artigos de luxo e singularidades, imóveis (investimentos para reserva de valor), equipamentos de segurança, investimento e custeio rural.
Novo Consumidor
Para Grisi, um novo consumidor de produtos de créditos está surgindo em meio à crise mundial. Um consumidor mais racional e exigente, que prioriza a relação custo/benefício, que exibe comportamentos financeiros defensivos e busca qualidade. “Esse novo consumidor tem consciência do valor da moeda e do seu poder de compra, é muito sensível ao preço e extremamente preocupado com seu nível de endividamento”, acrescentou. Ele também será menos vulnerável ao poder da marca, voltado para a família e para o consumo domiciliar, com maior taxa de permanência no lar e cortará seus custos pessoais e adiará seus investimentos.
Conclusões e Estratégias
Como conclusões e estratégias gerais para conquistar esse novo consumidor, Grisi listou as seguintes:
•Nas classes sociais mais altas, as taxas de juros deverão explicar melhor os ganhos e perdas de share do que o prazo dos empréstimos e o valor de suas prestações;
•Escala da operação, custos operacionais e qualidade do crédito serão variáveis definitivamente relevantes nessa competição;
•Fundings e custos de distribuição responderão mais fortemente pela competitividade dos players e por suas participações de mercado;
•Esforços de distribuição e comunicação deverão estar distribuídos de maneira proporcional aos potenciais dos segmentos de mercado;
•Localizar a demanda geograficamente e, nessas áreas, identificar classes sociais e suas formas e tipos de consumos são pressupostos da competitividade das instituições financeiras;
•Regiões menos centrais, embora apresentem maior dispersão geográfica, podem apresentar potenciais de negócios atraentes;
•Capilarizar a distribuição e intensificar os pontos de venda são formas eficientes de preservar o volume dos negócios;
•Nesse sentido, parcerias com estabelecimentos comerciais podem garantir vantagens competitivas adicionais.
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