Medidas cambiais em preparação no Banco Central
As medidas hão de surpreender o cidadão comum e até de provocar críticas mais contundentes. Em passado recente, todos nos acostumamos às regulamentações que previam um influxo de capitais externos muito baixo e, portanto, as medidas visavam garantir a disponibilidade de divisas e a formação de reservas, em moda forte. É preciso entender que isso mudou e que, por decorrência, a lógica da burocracia mudou também. Nessa ótica, nada deveria merecer críticas, nem surpreender pessoas e mercados.O governo central necessita criar um fluxo em direção contrária, ao da entrada de dólares, para preservar o valor da moeda americana, sob pena de ver destruída , no médio prazo, a indústria local. Como fazer isso sem mexer no mercado de importação e exportação de bens e serviços?
Como vocês se lembram, a minha proposta era da estimular importações de produtos, projetos, insumos que pudessem provocar uma atualização tecnológica de nossa economia, e, por essa via, torná-la mais competitiva.
Entendeu o Banco Central que, de vez que é o fluxo financeiro de moedas internacioanis que está depreciando a moeda americana, a saída seria reduzir ou inverter a intensidade desse fluxo. Por isso, estuda:
1) permitir aos bancos brasileiros emprestar a empresas nacionais, no exterior, recursos captados no mercado brasileiro, convertendo-os de real para dólar e enviando esses dólares ao exterior.
2) eliminar as restrições quantitativas existentes para que alguns fundos, sobretudo, os mutimercados, apliquem nos mercados internacionais financeiro e de capitais.
3) crescer o teto de aplicação dos fundos de pensão . Até o momento, esse fundos podem apenas investir até 10% de seu patrimônio líquido.
4) favorecer a operação dos bancos nacionais com derivativos no mercado internacional.
Estranho, entretanto, que não haja nenhuma menção, por parte do governo, sobre o que ele faz ou poderia fazer com os recursos do fundo soberano. Por que o governo se calou sobre isso? Porque as medidas estão sendo feitas pelo Banco Central e não pelo Ministério da Fazenda? Acho, sim, que esse é o problema que subjaz aos tapetes de Brasília. E seremos obrigados a ouvir que o presidente lidera esse processo?
Por hoje basta. Amanhã retomaremos esse assunto.
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