Mantega anuncia taxa de 1,5% em ADRs emitidas no exterior
O ministro da Fazenda Guido Mantega anunciou nesta quarta-feira (18) a taxação de 1,5% de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) em emissões ADRs (American Depositary Receipts) no exterior, medida que passará a vigorar nesta quinta-feira (19). O fato terá como conseqüência provável um grande desconforto no mercado financeiro, a exemplo do que ocorreu quando Mantega anunciou IOF de 2% sobre investimentos estrangeiros no Brasil.Para Celso Grisi, diretor-presidente do instituto de pesquisa Fractal e professor titular da FEA-USP, “poderemos a partir do anúncio esperar que o mercado abra em baixa, ou andando de lado”, acredita o especialista, mencionando se não um cenário negativo, oscilante para a Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa). “A acomodação disso vai levar alguns dias”, acrescenta.
Grisi caracteriza a medida como “decepcionante”. “Isso mostra o governo agindo de uma maneira arrecadatória. Nós podíamos denominar esses títulos em real”, ele ainda afirma.
Para o especialista, a medida do governo, vista sob a ótica de um prazo mais prolongado, não tende a ser positiva. Para exemplificar a afirmação, ele lembra do gradual retorno do crescimento econômico em países abalados pela crise, como é o caso da China, Alemanha, França, dentre outros. Com isto, haverá novamente um aumento global pela demanda de petróleo, o que deslocará a moeda americana no Brasil para outras localidades. “Isso já vai reduzir o volume de dólares no Brasil”, indica Grisi.
Outra característica da medida, para o especialista, é de que ela “quebra algumas regras de um país quanto à sua liberdade econômica”.
Por Elena Oliveira
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