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sábado, 11 de dezembro de 2010

A semana aqui dentro: notícias e fatos

Notícias e fatos podem sofrer
descolamentos eventuais
No Brasil, as notícias da semana também se dividem. Em boas e ótimas. Ruim mesmo só a bolsa.
Duro saber quais são as boas e quais são as ótimas. Na verdade, a dificuldade está em saber o é fato e o que é notícia. Não importa. Veja a semana seus fatos e suas notícias no Brasil:
1)- O indicador de risco-País encerrou a semana subindo um ponto-base. O risco, nesse instante está em 167 pontos. A alta é muito pequena e decorre do receio criado pela desaceleração chinesa. A repercussão dessa notícia no indicador do risco-Brasil fêz com que o Global 40 apresentasse uma leve baixa de 0,11%, fechando a semana a 135,60 centavos de dólar.
2)- Ministro Mantega calçou as chuteiras e entrou em campo para decidir o jogo. Anuncia que vem aí um “saco de bondades”: incentivo ao financiamento de longo prazo para o setor privado, a custos mais baixos. A intenção é a de viabilizar a ampliação dos investimentos, mexendo também na tributação a que as empresas estão sujeitas. É Natal. O ministro olhou pro céu, viu o cometa e decidiu andar na direção que ele apontava. Vai dizer que a tributação vai cair? Só pode ser o Natal.
3)- Já aproximando-se da manjedoura, o ministro emendou. Vai cumprir a meta de superávit primário para este ano. Como? É Natal, o Senhor chegou.
4)- Aí surtou de vez: “e neste ano, nós vamos cumprir a meta e cheia, ou seja, sem abater o PAC que poderíamos abater, que a lei nos permite, mas nós não vamos abater". Taí ministro, gostei!
Exercitando o hábito sadio de voltar à realidade, encontramos os fatos:
5)- Quem não vai bem é a bolsa brasileira. Derrapa muito e volta para casa dos 68 mil pontos. Bastou constatar algum avanço, por medíocre que seja, nas economias desenvolvidas, e o Ibovespa cede. Já se fala em descolamento outra vez. Lá o mercado sobe e aqui o mercado cai.
6)- Tirante a falta de imaginação dessa idéia de descolamento, é bom pensar que os ativos brasileiros andaram inchados na fase de expansão da economia. Agora, o momento já é outro. Os preços necessariamente acompanharão a redução do ritmo da economia. Ficarão mais baratos, e caminharão na direção de seus valores reais. Mais um pouco e será o momento para entrar.
7)- O mercado de capitais vai responder ao enxugamento monetário. O primeiro trimestre do próximo ano vai ser de ajustes. Devem crescer a inadimplência e a insolvência. Empregos vão ficar mais difíceis. Renda não deve crescer significativamente. Consumo vai “esfriar”, desprovido do suporte do crédito abundante. A inflação também "esfria". Isso é que é ministro.
8)- Insisto na idéia de que haverá espaço para baixar a Selic. Os encargos sobre a dívida pública virão para baixo. Nada mau, porque isso nos aproximará do superávit nominal e aí o real que já é uma moeda líquida,estável e forte, vai alcançar a conversibilidade plena.
Ministro, "tô contigo e não abro."

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