No dia 8 de dezembro, Martin Wolf, o editor e principal comentarista econômico do Financial Times fez uma análise interessante sobre o futuro da zona do Euro. (recomendo quem for assinante a leitura integral do artigo).
Faço aqui minhas considerações sobre as 3 principais hipóteses:
1) qual a probabilidade de uma onda de inadimplência nos países periféricos do Euro? . Ele diz ser ALTAMENTE PROVÁVEL. E seu raciocínio passa dor 2 conceitos: estoque e fluxo. Alguns países atingiram um estoque de dívida tão alto e seu fluxo é ainda negativo que uma reversão ao longo do tempo é improvável (Ex. Grécia);
2)A zonda do Euro implementará mudanças necessárias para evitar isso?
Ele não se mostra confiante em medidas realizadas pelos países do Euro em resolver isso. A Alemanha (e seus cidadãos) começam a questionar se vale a pena pagar a orgia de gastos dos países periféricos;
3)Poderá a zona do euro sobreviver a elas?
Ainda não está claro quais interesses prevalecerão no processo. Resposta ainda incerta.
"O que vem acontecendo é algo familiar a especialistas em países emergentes: é uma "parada súbita". Antes de 2007, havia crédito disponível em condições fáceis a ponto de financiar bolhas nos preços de ativos, construção civil e consumos privado e público. Então, repentinamente, os mercados adotaram um comportamento de sobriedade: os financiamentos secaram, os preços dos imóveis caíram, a construção civil sofreu um colapso, governos passaram a garantir dívidas de sistemas financeiros no vermelho, economias entraram em recessão e déficits fiscais explodiram."
A questão é se esses países podem evitar uma reestruturação da dívida soberana. Sobre isso, o professor Rogoff, ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), é pessimista. Em nota recente, ele argumentou que "em última instância, uma reestruturação significativa da dívida privada e/ou pública é provavelmente necessária em todos os países endividados na zona euro. Já sofrendo crescimento lento antes da imposição de austeridade fiscal, [Portugal, Irlanda, Grécia e Espanha] enfrentam a perspectiva de uma "década perdida", similar à que a América Latina viveu nos anos 80.
Na europa a questão imediata é que a crise poderá ser enorme, pois parece certo que uma reestruturação disparará outras. Além disso, o sistema bancário seria profundamente afetado.
Martin Wolf continua:
"Para os céticos, o cerne da questão sempre foi até que ponto pode ser robusta uma união monetária entre diversas economias com solidariedade mútua menos do que ilimitada. Apenas uma crise poderá responder a essa pergunta. Infelizmente, a crise que temos é a maior em 80 anos. Será que a zona euro conseguirá acordar em fazer o suficiente para mantê-la coesa? Não sei. Mas saberemos, todos nós, em futuro relativamente próximo".
Como isso poderá impactar o Brasil? Estaremos preparados para uma crise de insolvência na Europa que poderia reduzir fluxos comerciais e IED para o Brasil? Aprendemos algo com a crise americana de 2008 e a futura crise do Euro de 2012?
Prof Ramiro Gonçalez - FIA
Inteligência de mercado e mídia
@ramirogoncalez -> http://que-midia-e-essa.blogspot.com/
ramirogon@uol.com.br
Autor: Mídias e Negócios e QUE CRISE É ESSA?
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