Previsão
é que índices irão se manter
elevados no final do ano e também
no princípio do
próximo.
Veículo: Diário do Comércio de BH - Data: 14/12/10
LUCIANE
LISBOA
Preço dos alimentos é um dos
componentes que têm forte impacto na inflação
|
A pressão
inflacionária deve continuar em dezembro e também no primeiro mês de 2011, com
tendência de alta, segundo o mercado. E o governo federal precisa mesmo ter
como prioridade conter o problema, se quiser manter sadia a economia e o
crescimento do país, mesmo que em menor ritmo, segundo economistas ouvidos
ontem pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO.A previsão para a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA), foi elevada pela 13ª semana consecutiva, passando de 5,78% para
5,85%. Para 2011, o resultado também deverá ficar acima da meta de 4,5% do
governo, já que a previsão atual está em 5,21% segundo o boletim Focus,
divulgado ontem pelo Banco Central."O novo governo tem pela frente a difícil missão de conter a inflação. O
consumo está crescendo muito, o brasileiro tem cultura de consumir, mas isso
não pode acontecer acima da capacidade produtiva", afirmou o professor da
Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (EESP-FGV), Samy
Dana.
O professor lembrou que durante todo este ano a pressão inflacionária vem
aumentando. Em outubro, o IPCA ficou em 0,75%, já em novembro, foi para 0,83%,
a maior alta mensal desde abril de 2005, segundo o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE)."A tendência de alta para janeiro também está ligada à sazonalidade do
período, já que o início do ano é uma época de aumento de gastos com tributos.
Por isso, o governo precisa focar no corte de gastos e também no controle da
sobrevalorização cambial", afirmou Dana.
O professor da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo e diretor-presidente do Instituto de Pesquisas Fractal, Celso Grisi, explicou que a alta da inflação está relacionada a alguns fatores em especial.
O primeiro deles seria a alta dos preços dos alimentos - em novembro o grupo de alimentos e bebidas registrou variação positiva de 2,22%, ante alta de 1,89% em outubro, na maior taxa mensal apurada pelo IBGE desde dezembro de 2002 (3,91%). Isoladamente, este grupo contribuiu com 0,51 ponto percentual, ou 61% do IPCA do mês passado.
"A questão é que a escassez mundial de alimentos sempre será um fator que irá pressionar o aumento da inflação. Não há como evitar isso, mesmo que esta não seja a realidade do Brasil, porque caso haja um controle interno de preços as exportações desses produtos tendem a crescer, o que causa efeito contrário por aqui", afirmou Grisi.
Conforme o professor, além dos alimentos, há também a alta dos preços de serviços como energia, além das commodities, inclusive petróleo, que neste ano estiveram bastante aquecidas.
Por outro lado, Grisi ressaltou que as medidas que vêm sendo tomadas pelo governo são pontuais e devem surtir efeitos positivos para conter o problema.
Copom - "Mesmo tendo segurado a taxa de juros agora, em janeiro é certo que o Copom (Comitê de Política Monetária) irá promover o aumento da Selic. A aposta é que de 10,75% passe para 11,25%, já que meio ponto percentual já será suficiente para arrefecer a demanda e segurar os preços", disse.
O mais importante, segundo Grisi, é a disposição que a nova equipe econômica da presidente eleita Dilma Rousseff vem mostrando em cortar gastos e tomar medidas que podem ser consideradas "impopulares" para o início de um governo.
Dentre tais medidas estão o aumento do depósito compulsório exigido pelos bancos para retirar de circulação R$ 61 bilhões da economia e restringir o crédito oferecido a pessoas e empresas.
O professor da Faculdade de Economia da Universidade de São Paulo e diretor-presidente do Instituto de Pesquisas Fractal, Celso Grisi, explicou que a alta da inflação está relacionada a alguns fatores em especial.
O primeiro deles seria a alta dos preços dos alimentos - em novembro o grupo de alimentos e bebidas registrou variação positiva de 2,22%, ante alta de 1,89% em outubro, na maior taxa mensal apurada pelo IBGE desde dezembro de 2002 (3,91%). Isoladamente, este grupo contribuiu com 0,51 ponto percentual, ou 61% do IPCA do mês passado.
"A questão é que a escassez mundial de alimentos sempre será um fator que irá pressionar o aumento da inflação. Não há como evitar isso, mesmo que esta não seja a realidade do Brasil, porque caso haja um controle interno de preços as exportações desses produtos tendem a crescer, o que causa efeito contrário por aqui", afirmou Grisi.
Conforme o professor, além dos alimentos, há também a alta dos preços de serviços como energia, além das commodities, inclusive petróleo, que neste ano estiveram bastante aquecidas.
Por outro lado, Grisi ressaltou que as medidas que vêm sendo tomadas pelo governo são pontuais e devem surtir efeitos positivos para conter o problema.
Copom - "Mesmo tendo segurado a taxa de juros agora, em janeiro é certo que o Copom (Comitê de Política Monetária) irá promover o aumento da Selic. A aposta é que de 10,75% passe para 11,25%, já que meio ponto percentual já será suficiente para arrefecer a demanda e segurar os preços", disse.
O mais importante, segundo Grisi, é a disposição que a nova equipe econômica da presidente eleita Dilma Rousseff vem mostrando em cortar gastos e tomar medidas que podem ser consideradas "impopulares" para o início de um governo.
Dentre tais medidas estão o aumento do depósito compulsório exigido pelos bancos para retirar de circulação R$ 61 bilhões da economia e restringir o crédito oferecido a pessoas e empresas.
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