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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Não se esperavam, nessa semana, notícias do Velho Continente

O cenário financeiro pode mudar.
A diplomacia mundial mudará.
A China decidiu, na manhã dessa 3ª feira, dar apoio aos esforços da União Europeia na solução da crise das dívidas soberanas. O apoio não foi claramente especificado.
Foi o bastante para o euro reagir em relação às demais moedas fortes. Sabe-se que a China detém a maior reserva internacional do mundo e conta com recursos suficientes para socorrer os orçamentos nacionais da Zona do Euro.
A súbita disposição chinesa é que preocupa. Dentro da lógica anterior à crise, isso custaria a independência econômica europeia. Nada viria sem contrapartidas comerciais expressivas.

Acordos bilaterais novos de comércio podem voltar ao cenário mundial, agora com maior vigor. Nos foros multilaterais, as negociações podem ficar menos favoráveis aos Estados Unidos e a outros Estados-Membros ocidentais.
A aproximação foi rápida e silenciosa. A Eurásia se desenha como uma nova fronteira comercial e não ressurge como bloco, apenas como um acordo de caráter emergencial.
Pessoalmente, vejo esse socorro como um embrião comercial que redesenhará os fluxos de comércio.
Os próximos dias serão de especulações sobre o tipo de apoio a ser concedido à Zona do Euro, o valor desse apoio, e as reciprocidades pedidas e concedidas.
Um Natal feliz e um próspero Ano Novo para a diplomacia de todo o mundo. Ela deverá durante as festas se dedicar às análises e aos reposicionamentos geoestratégicos.
E eu que acreditava que desse mato europeu, nessa semana, não sairia coelho. Saiu.

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