Até agora ninguém ficou convencido
O ministro Mantega havia anunciado cortes de custeio e manutenção de investimentos. A idéia era ampliar o superávit primário e criar espaço para a queda dos juros. Em seguida, o Orçamento Nacional apontou para sentido oposto, com a redução dos níveis de investimentos e aumento de despesas públicas. O leilão político dos Ministérios gerou maior insegurança. Desconhecido, nada ilustre, desprovido de passado administrativo, o corpo ministerial é reconhecidamente medíocre.As conseqüências mais imediatas na economia aparecem nas expectativas construídas para 2011. O Boletim Focus dessa semana mostra a mesma tendência das semanas anteriores e aponta para a aceleração da inflação. O IPCA- Índice de Preços ao Consumidor Amplo)-, régua da inflação oficial, para dezembro, ficou projetado em 0,62%. Isso significa uma inflação anual de 5,9% em 2010. A meta tinha como centro 4,5% e, embora com desvio de 2% para cima ou para baixo, o fato é que o quadro inflacionário ficará feio na foto desse ano. Em contrapartida (e não se pode esquecer disso) o crescimento projetado pelo Relatório Focus, no mesmo período, é de 7,61%, o que deixa a foto do crescimento anual muito bonita. Mas, preocupante.
Em relação ao ano de 2011, o Boletim já começou a mostrar sua descrença na austeridade fiscal: inflação de 5,31%, PIB de 4,5%, taxa Selic de 12,25% no final do ano. Em outras palavras, não está se dando muito crédito às palavras do ministro. Entristece essa descrença. Pessoalmente tenho mantido a convicção de que as pressões sociais serão de tal ordem que as contas públicas terão que reverter seu descontrole atual.
Veja, a seguir, como o Relatório Focus está vendo 2011
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